O senador Weverton Rocha (MA) foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quinta-feira (17), que investiga descontos indevidos em benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Atual vice-líder do governo no Senado, Weverton é considerado um nome de confiança do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP).

Entre suas funções recentes, o parlamentar foi escolhido para relatar a indicação de Jorge Messias, advogado-geral da União, ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Weverton também é relator da nova Lei de Crimes de Responsabilidade, legislação que revisa as regras do impeachment e estabelece novos critérios para apresentação de denúncias contra ministros do STF e outras autoridades.

A discussão sobre a mudança ganhou destaque após decisão liminar do ministro Gilmar Mendes, que restringiu a possibilidade de deposição de integrantes da Corte. Posteriormente, Gilmar recuou, após acordo com Alcolumbre e o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Fim de mandato

No fim de seu primeiro mandato como senador, iniciado em 2018, Weverton Rocha já havia exercido dois mandatos como deputado federal, período em que também foi líder do PDT na Câmara.

O nome de Weverton surgiu entre os primeiros investigados por suposto envolvimento nas fraudes do INSS. O senador admitiu ter se reunido pelo menos duas vezes com o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS". Os encontros ocorreram no Senado e na residência do parlamentar em Brasília, durante um churrasco de costela.

As reuniões foram confirmadas por pessoas próximas e pela assessoria de Weverton. "Conheci Antônio Carlos Camilo Antunes em um costelão na minha casa, para a qual ele foi levado por um convidado. Na ocasião, ele se apresentou como empresário do setor farmacêutico", afirmou o senador em nota.

Devido à sua influência no Congresso, Weverton integrou a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em viagem à China no início do ano. No governo Dilma Rousseff, foi assessor de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho. Na época, o ministro deixou a pasta sob suspeita de desvios de recursos. Weverton nega qualquer irregularidade.