Finanças

Fraudes no INSS: número 2 do Ministério da Previdência Social é alvo de operação da Polícia Federal

Adroaldo da Cunha Portal foi alvo de mandado de prisão domiciliar na manhã desta quinta-feira

Agência O Globo - 18/12/2025
Fraudes no INSS: número 2 do Ministério da Previdência Social é alvo de operação da Polícia Federal
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

Adroaldo da Cunha Portal, secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, foi alvo de mandado de prisão domiciliar na manhã desta quinta-feira (18), durante uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Considerado o número dois da pasta, Portal está imediatamente abaixo do ministro Wolney Queiroz na hierarquia do ministério.

Além de Portal, o senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo no Senado, foi alvo de mandado de busca e apreensão. O advogado Eric Fidelis, filho do ex-diretor do INSS André Fidelis, e Romeu Carvalho Antunes, filho do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", tiveram prisão preventiva decretada.

O senador Weverton Rocha tinha influência sobre indicações de cargos no Ministério da Previdência Social e no INSS. Em 2019, Adroaldo ocupava um cargo de assessor comissionado no gabinete de Rocha, que também foi responsável pela nomeação de André Fidelis para a diretoria de Benefícios do INSS em 2023. O ex-diretor foi preso na última fase da Operação Sem Desconto, deflagrada em novembro.

A Polícia Federal cumpre, ao todo, 52 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão preventiva no Distrito Federal, Maranhão, São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Minas Gerais.

Investigações aprofundadas

Segundo a PF, as ações buscam aprofundar as investigações para esclarecer crimes de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, formação de organização criminosa, estelionato previdenciário e atos de ocultação e dilapidação patrimonial. A operação conta com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU).

Em maio, o jornal EXTRA revelou que um dos principais envolvidos no escândalo das fraudes no INSS, o "Careca do INSS", esteve na casa do senador em Brasília durante um churrasco. Os dois também já se encontraram no Senado. Dados sobre os gabinetes visitados por Antônio Antunes foram solicitados, mas o Senado, presidido por Davi Alcolumbre (União-AP), não autorizou o repasse das informações.