Finanças

Lula questiona acordo União Europeia-Mercosul diante de impasse com Itália e França

Primeira-ministra italiana afirma ser 'prematuro' firmar tratado ainda neste ano

Agência O Globo - 17/12/2025
Lula questiona acordo União Europeia-Mercosul diante de impasse com Itália e França
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) - Foto: Arquivo

Nesta quarta-feira (17), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colocou em dúvida a assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia devido à resistência de alguns governos europeus. Lula afirmou que, caso a União Europeia não aceite firmar o tratado no próximo sábado, o acordo não será mais concluído durante seu mandato.

A expectativa era de que as negociações fossem finalizadas na próxima cúpula do Mercosul, em Foz do Iguaçu (PR), mas a oposição da Itália e da França tem dificultado o desfecho das tratativas.

— Se a gente não fizer agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for presidente. Faz 26 anos que a gente espera esse acordo, que é mais favorável para eles do que para nós. Agora estou sabendo que eles não vão conseguir aprovar, está difícil porque a Itália e a França não querem fazer por problemas políticos internos — disse Lula durante reunião ministerial.

— Eu vou a Foz do Iguaçu na expectativa de que eles digam sim e não digam não. Mas, se disserem não, nós vamos ser duros daqui para frente com eles, porque nós cedemos a tudo o que era possível à diplomacia — pontuou.

Posição da Itália

Mais cedo, a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que seu país não está pronto para assinar o amplo acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.

— Seria prematuro assinar o acordo nos próximos dias, pois algumas salvaguardas que a Itália deseja para proteger seus agricultores ainda não foram concluídas — declarou Meloni em um discurso no Parlamento.

Apesar disso, ela se disse "muito confiante" de que as condições existirão para assinar o acordo no início de 2026.

Resistência da França

O presidente francês, Emmanuel Macron, também indicou nesta quarta-feira que a França se oporá "veementemente" à possível adoção do acordo comercial entre UE e Mercosul.