Finanças

Lula destaca retomada do diálogo com EUA em clima amigável: 'Sou doido de brigar?'

Presidente afirma que conversas com Washington avançam, mas reconhece pendências em aberto

Agência O Globo - 17/12/2025
Lula destaca retomada do diálogo com EUA em clima amigável: 'Sou doido de brigar?'
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira, que o Brasil restabeleceu o diálogo com os Estados Unidos em um ambiente "muito razoável e muito amigável", embora admita que ainda existam questões pendentes entre os dois países. As declarações foram feitas durante a última reunião ministerial do ano.

— Nós restabelecemos a conversa com os EUA num tom muito razoável, muito amigável. Se tem uma coisa que eu aprendi é que, em tempo de crise, tenha paciência. Você não precisa gritar tanto quanto o teu adversário — disse o presidente.

Lula enfatizou sua preferência pela diplomacia e afastou qualquer possibilidade de confronto com Washington.

— Minha mãe dizia: 'quando um não quer, dois não brigam'. Eu não quero brigar com o Uruguai, por que eu vou brigar com os Estados Unidos? Sou doido? Não. Eu quero paz, não quero brigar com ninguém — afirmou.

Preocupação com a escalada dos EUA na América Latina

Apesar do tom conciliador em relação aos Estados Unidos, Lula demonstrou preocupação com os desdobramentos da política externa norte-americana na América Latina. Nesta semana, o então presidente americano Donald Trump anunciou um bloqueio naval a navios petroleiros sancionados que saem ou se dirigem à Venezuela, como parte de uma ofensiva para pressionar o governo de Nicolás Maduro e sufocar a economia venezuelana, fortemente dependente das exportações de petróleo.

— Estou preocupado com a América Latina, estou preocupado com as atitudes do presidente Trump com relação à América Latina, com as ameaças. Nós vamos ter que ficar muito atentos com essa questão — pontuou Lula.

Além da pressão econômica, Washington intensificou operações militares no Caribe e no Pacífico Oriental, sob o argumento de combate ao tráfico internacional de drogas, tratado pelo governo Trump como tema de segurança nacional. Desde setembro, ataques a embarcações consideradas suspeitas deixaram dezenas de mortos, segundo balanços divulgados por autoridades americanas.