Finanças
Correios propõem reajuste pela inflação, mas mantêm impasse sobre vale-peru
Funcionários querem manter benefícios, como adicional de 70% de férias e pagamento de 200% nos finais de semana
Em uma tentativa de avançar nas negociações do acordo coletivo de trabalho (ACT), os Correios propuseram nesta terça-feira um reajuste salarial baseado na inflação e aceitaram manter algumas cláusulas favoráveis à categoria, mas sem incluir o pagamento do vale-peru. Até então, a estatal vinha defendendo reajuste zero devido à sua delicada situação financeira.
A proposta foi apresentada durante a segunda reunião de conciliação mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Apesar da nova oferta, os sindicatos ainda não aceitaram os termos, mantendo o impasse nas negociações.
A primeira rodada de conciliação ocorreu na segunda-feira. O TST já acompanha as tratativas desde a semana passada, mas o desacordo se arrasta desde julho, quando expirou o acordo anterior, firmado pela antiga diretoria da empresa.
Entre as principais reivindicações dos funcionários estão a manutenção do adicional de 70% nas férias, o pagamento de 200% para trabalho em finais de semana e a concessão do "vale-peru" de R$ 2,5 mil. Os Correios, porém, alegam restrições financeiras para atender a todas as demandas.
A proposta apresentada prevê reajuste de 5,13%, com pagamento em abril e efeito retroativo a janeiro. Para o período entre julho de 2026 e julho de 2027, está previsto aumento pelo índice de inflação INPC. Além disso, a empresa concordou em manter o adicional de férias e o pagamento de 200% nos finais de semana, além da marcação de ponto por exceção para carteiros até julho de 2026. O vale-peru, contudo, segue fora da proposta, travando as negociações.
A empresa também sugeriu novo adiamento do prazo para decisão, que será submetido às assembleias ainda nesta terça-feira. Os trabalhadores irão decidir se aceitam a proposta ou se deflagram greve, o que poderia agravar ainda mais a situação financeira dos Correios.
O TST foi acionado pela direção da estatal para evitar uma greve geral a partir da próxima terça-feira. Se os trabalhadores optarem pela paralisação, o Tribunal poderá determinar medidas para garantir a continuidade dos serviços, incluindo multas para os sindicatos que descumprirem as determinações.
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