Finanças
Pedidos de recuperação judicial no agro disparam 147% no 3º trimestre, aponta Serasa Experian
Situação financeira dos produtores rurais se agrava entre julho e setembro; alta no segundo trimestre havia sido de 31,7%
A situação financeira dos produtores rurais brasileiros se deteriorou ainda mais no terceiro trimestre de 2025. O número de pedidos de recuperação judicial no setor saltou 147,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo levantamento da Serasa Experian divulgado nesta segunda-feira.
De julho a setembro, foram registrados 628 pedidos de recuperação judicial, o maior volume desde o início da série histórica, em 2021. Os dados do ano já vinham superando os de 2024, mas o agravamento foi mais intenso no terceiro trimestre. No segundo trimestre, a alta havia sido de 31,7%.
Margens pressionadas
Apesar de o Brasil ter colhido mais uma safra recorde de grãos em 2025 e as previsões para a temporada 2025/2026 ainda indicarem produção elevada, os produtores enfrentam margens cada vez mais apertadas. A queda nas cotações dos grãos, aliada ao aumento dos custos com insumos e juros, mesmo com subsídios governamentais, vem comprimindo os lucros desde a safra 2023/2024, gerando desequilíbrios financeiros que se acumulam como uma bola de neve.
Momento desafiador
Para Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian, o cenário é “desafiador”, especialmente para quem já vem rolando dívidas há anos sem realizar ajustes para reduzir custos, rever patrimônio ou encerrar expansões mal planejadas.
Pessoas físicas mais afetadas
O levantamento da Serasa Experian considera pedidos tanto de produtores rurais pessoas físicas quanto de empresas agrícolas. No terceiro trimestre, foram 255 solicitações feitas por pessoas físicas, um aumento de 140% em relação ao mesmo período de 2024.
Segundo o relatório, “a maior parte dos pedidos foi realizada por produtores rurais arrendatários ou de grupos econômico e familiares (84). Em seguida, aparecem os grandes proprietários, com 69 requisições, os pequenos, com 58, e os médios, com 44 solicitações”.
Entre as empresas agrícolas, foram 242 pedidos de recuperação judicial no terceiro trimestre, alta de 163% em comparação ao ano anterior. Outras empresas da cadeia do agronegócio, como fornecedores e prestadores de serviços, somaram 131 pedidos, aumento de 134%.
O segmento que mais buscou recuperação judicial foi o de comércio atacadista de produtos agropecuários primários, com 31 pedidos. Em seguida, a indústria de processamento de agroderivados (óleo e farelo de soja, açúcar, etanol, laticínios, entre outros) registrou 27 solicitações, e a agroindústria da transformação primária teve 25 requerimentos, conforme o relatório da Serasa.
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