O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou nesta quinta-feira um pacote de investimentos de R$ 2,5 bilhões no aeroporto de Guarulhos (GRU) até 2029. Desse total, cerca de R$ 1,5 bilhão virá de recursos privados da concessionária GRU Airport, enquanto o restante será aporte público. Segundo o ministro, a soma dos investimentos previstos para Guarulhos e Congonhas, ambos em São Paulo, ultrapassa R$ 8 bilhões, incluindo verbas públicas e privadas.

Em Guarulhos, os R$ 2,55 bilhões serão direcionados principalmente à modernização e ampliação da infraestrutura aeroportuária. Deste montante, R$ 1,98 bilhão está reservado para melhorias como ampliação de pátio e pistas (R$ 606,3 milhões), intervenções nos terminais de passageiros (R$ 546,6 milhões), sistema de bagagens (R$ 365,6 milhões), terminal de cargas (R$ 147,9 milhões), sistema elétrico (R$ 127,6 milhões), sistema viário e mobilidade (R$ 87,4 milhões), tecnologia da informação (R$ 51,6 milhões) e estacionamentos (R$ 50,4 milhões).

Outras ações somam R$ 365,4 milhões destinados ao reforço da segurança aeroportuária. O retrofit dos terminais de passageiros receberá R$ 206,9 milhões, divididos entre obras civis (R$ 91,8 milhões), aquisição de equipamentos (R$ 77,6 milhões) e climatização (R$ 37,6 milhões).

Costa Filho informou ainda que o ministério criou um grupo de trabalho com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para acompanhar os impactos dos fortes ventos registrados nos últimos dois dias em São Paulo, que provocaram o cancelamento de mais de 110 voos.

Segundo o ministro, a aviação brasileira vive seu “melhor momento”. Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o governo, o país registrava 98 milhões de passageiros ao ano — número que agora se aproxima de 130 milhões. O aumento de mais de 30 milhões de viajantes, afirma, representa o fortalecimento do turismo de negócios e de lazer, impulsionando a economia.

“O que significa o crescimento de mais de 30 milhões de passageiros na aviação do país? Fortalecendo o turismo de negócios, fortalecendo o turismo de lazer e, naturalmente, movimentando a economia brasileira. Tivemos, até 30 de setembro, um crescimento na aviação nacional de mais de 10% no ano, e na aviação internacional, de mais de 12%”, destacou.

Costa Filho ressaltou ainda a recuperação das companhias aéreas brasileiras e citou a recente compra de 74 aeronaves da Embraer pela Latam, o que reforça a indústria nacional. Ele afirmou que terá, em breve, uma reunião com a Gol para incentivar a compra de aviões da fabricante brasileira.

“Nos Estados Unidos, 50% da aviação é composta por aviões da Boeing. Na França, 49% são da Airbus. No Brasil, apenas 12% são aviões da Embraer. Então, ao assumirmos, conversamos com o presidente Lula sobre a necessidade de potencializar a indústria brasileira”, afirmou.

Com a compra da Latam, esse percentual chegará a 18%. A meta do governo é atingir 20% ao final dos quatro anos de mandato.