Esportes

Corinthians conquista Copa do Brasil, mas dívida bilionária desafia futuro do clube

Apesar da premiação milionária e vaga na Libertadores, clube projeta cortes e busca soluções para superar déficit e dívidas em 2026.

21/12/2025
Corinthians conquista Copa do Brasil, mas dívida bilionária desafia futuro do clube
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

O Corinthians celebrou a conquista da Copa do Brasil e uma premiação de R$ 97,8 milhões, além da vaga garantida na Copa Libertadores de 2026. No entanto, o clube enfrenta um cenário financeiro delicado, com uma dívida estimada em R$ 2,7 bilhões, o que impõe desafios significativos para a próxima temporada, incluindo a necessidade de cortes e redução da folha salarial.

Três dias antes da final, o clube divulgou um balancete que apontou um déficit de R$ 204,2 milhões até outubro. Para 2026, a previsão orçamentária aprovada pelo Conselho Deliberativo projeta um superávit de R$ 12 milhões e Ebitda de R$ 320 milhões.

Os problemas financeiros impactam diretamente o planejamento do departamento de futebol. O Corinthians está sob transfer ban da Fifa devido a uma dívida de R$ 33 milhões com o Santos Laguna pela contratação do zagueiro Félix Torres. Outras condenações da Fifa por falta de pagamento na aquisição de jogadores elevam o valor a ser quitado para cerca de R$ 120 milhões.

Para regularizar a situação e voltar a registrar atletas, a diretoria planeja um empréstimo de aproximadamente R$ 70 milhões ao fim do ano, com a possibilidade de obtenção junto à Liga Forte União (LFU) ou outras empresas, facilitando o pagamento parcelado da dívida.

Outra frente de negociação é a renovação do patrocínio máster com a Esportes da Sorte. O clube está próximo de estender o contrato até 2029, com valores anuais na casa dos R$ 150 milhões. Apesar disso, a diretoria avalia propostas de outras casas de apostas, mas a atual parceira segue como favorita.

O Corinthians também busca triplicar o valor dos naming rights da Neo Química Arena, atualmente em R$ 300 milhões até 2040, negociando com três empresas interessadas. Os nomes são mantidos em sigilo para não prejudicar as tratativas.

Paralelamente, o clube e a Caixa estudam alternativas para quitar a dívida de R$ 653,1 milhões referente ao financiamento da arena, possivelmente utilizando a negociação dos naming rights. Um valuation conjunto foi solicitado para avaliar o estádio e os direitos de nomeação, atualmente pertencentes à Neo Química, da Hypera Pharma.

Cortes de custos no futebol

Mesmo classificado para a Libertadores, o Corinthians projeta uma redução de gastos no futebol para 2026, diminuindo a folha de R$ 435 milhões para R$ 354 milhões, uma queda de R$ 81 milhões. Com outros cortes, o ajuste total pode chegar a R$ 90 milhões.

Incluindo todos os setores, a folha geral deve cair de R$ 505 milhões para R$ 410 milhões. O presidente Osmar Stábile busca alternativas para reduzir despesas, incluindo possíveis cortes no clube social, mas recuou da ideia de extinguir o futsal após repercussão negativa.

O clube também estabeleceu a meta de arrecadar R$ 151 milhões com a venda de jogadores. Jovens da base, como Breno Bidon e Gui Negão, despertam interesse europeu, assim como Hugo Souza e Yuri Alberto. O executivo de futebol Fabinho Soldado também pode deixar o clube, já que é alvo do Internacional.