Esportes
Esquema de ingressos irregulares no camarote do São Paulo pode virar caso policial
Ministério Público de São Paulo pede abertura de inquérito para apurar suspeitas de exploração clandestina e coação envolvendo o camarote 3A do MorumBis.
O suposto esquema de venda irregular de ingressos no camarote do São Paulo está próximo de se tornar caso de polícia. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitou a abertura de um inquérito policial após concluir que a situação deve ser analisada na esfera criminal.
A Procuradoria foi acionada por meio de uma notícia-fato protocolada pela Frente Democrática em Defesa do São Paulo. O grupo denunciou a exploração clandestina de camarotes, obtenção de vantagens econômicas indevidas e tentativas de coação durante um processo judicial.
Segundo o MP-SP, a apuração inicial foca nas suspeitas de exploração clandestina do camarote — caracterizando possível corrupção privada no esporte — e coação no curso do processo.
O clube já instaurou duas sindicâncias, sendo uma interna e outra independente, conduzida por escritórios de auditoria. O caso também foi encaminhado à Comissão de Ética do Conselho Deliberativo.
“Seja qual for o resultado da sindicância, vamos agir com rigor com quem quer que eventualmente seja apontado com conduta inadequada no clube. Não há e nem haverá favorecimento por proximidade, amizade, parentesco, função ou alinhamento político”, afirmou o presidente Júlio Casares em nota oficial.
Entenda o caso
O Estádio do MorumBis possui diversos camarotes utilizados em jogos e shows. Entre eles está o camarote 3A, conhecido como “Sala Presidencial”, localizado em frente ao gabinete do presidente Júlio Casares e não comercializado oficialmente.
Mara Casares e Douglas Schwartzmann, atualmente diretores licenciados do São Paulo, são apontados como envolvidos em um esquema de venda de ingressos do camarote 3A. Segundo áudios obtidos pelo ge, a ação seria não autorizada e realizada de forma clandestina, conforme os próprios diretores afirmam.
Na conversa, Mara e Schwartzmann dialogam com Rita de Cassia Adriana Padro, conhecida como Adriana, da The Guardians Entretenimento Ltda, que atuaria como intermediária na venda e repasse dos ingressos para terceiros.
Adriana moveu uma ação judicial contra Carolina Lima Cassemiro, da Cassemiro Eventos Ltda, acusando-a de reter 60 ingressos para um show da cantora colombiana Shakira. Esses tickets teriam valor de R$ 132 mil, mas Adriana alega ter recebido apenas R$ 100 mil. Carolina, por sua vez, afirma que pagou o combinado, diz ser vítima de calúnia e relata prejuízos.
Ao acionar a Justiça por ingressos supostamente obtidos de forma irregular, o caso veio à tona e passou a ser de conhecimento do clube. Diante disso, Mara e Schwartzmann teriam pressionado Adriana a retirar o processo para evitar que a prática ilícita se tornasse pública.
Mara sustenta que os áudios estão fora de contexto e afirma não ter obtido ganho próprio. Schwartzmann nega participação em vendas ou negociações de camarotes e diz ter atuado apenas para evitar danos à imagem do São Paulo.
As sindicâncias foram solicitadas pelo superintendente do clube, Marcio Carlomagno, também citado nos áudios vazados. Ele afirma que seu nome foi usado indevidamente.
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