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Associação de Futebol Argentino é investigada por fraude e sonegação; Fifa monitora situação

AFA e seu presidente, Claudio 'Chiqui' Tapia, enfrentam denúncias de apropriação indébita e risco de intervenção às vésperas da Copa de 2026.

13/12/2025
Associação de Futebol Argentino é investigada por fraude e sonegação; Fifa monitora situação
Claudio "Chiqui" Tapia, presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA) - Foto: Reprodução / Instagram

Um novo escândalo envolvendo a Associação de Futebol Argentino (AFA) e seu presidente, Claudio "Chiqui" Tapia, tem gerado preocupação na Fifa a poucos meses da Copa do Mundo de 2026.

Denúncias e investigações conduzidas pela Justiça argentina apontam suspeitas de uso de laranjas, enriquecimento ilícito, sonegação fiscal e fraude, ameaçando o órgão máximo do futebol argentino com possível intervenção política. Caso a situação se agrave, a Argentina, atual campeã mundial, corre risco até de exclusão do torneio que será realizado nos Estados Unidos, Canadá e México.

Nesta sexta-feira, a Agência de Controle e Receita Aduaneira (ARCA) do governo argentino apresentou denúncia formal contra a AFA e seu presidente por suposta apropriação indébita de 7,5 bilhões de pesos em impostos e fundos da previdência social — o equivalente a R$ 28,1 milhões, segundo o jornal La Nación.

De acordo com a publicação, a denúncia foi encaminhada ao Tribunal Penal Econômico Federal após auditoria que identificou o não pagamento dentro do prazo legal de contribuições e retenções. A ARCA acusa a AFA de reter impostos e contribuições previdenciárias para se financiar ilicitamente, postergando os pagamentos ao Estado por mais de 300 dias.

Segundo a Receita Federal argentina, isso indica que a entidade utilizou recursos públicos para fins próprios. A denúncia argumenta que o atraso no depósito "implica financiamento por parte do contribuinte através do uso de quantias que claramente não fazem parte de seus ativos".

As acusações se somam a outras investigações judiciais que pressionam a diretoria da AFA por possível lavagem de dinheiro e fraude. Recentemente, a polícia realizou operações em mais de 15 casas noturnas, em um escritório no centro de Buenos Aires, e apreendeu 52 veículos de luxo supostamente pertencentes a dirigentes da associação.