Curiosidades

Retrato de George Washington que inspirou nota de um dólar vai a leilão em Nova York e pode chegar a R$ 5 milhões

Obra pintada por Gilbert Stuart em 1804, encomendada por James Madison, será oferecida pela Christie’s em janeiro de 2026, às vésperas dos 250 anos da independência dos EUA

Agência O Globo - 20/12/2025
Retrato de George Washington que inspirou nota de um dólar vai a leilão em Nova York e pode chegar a R$ 5 milhões
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

Um icônico retrato a óleo de George Washington, pintado por Gilbert Stuart em 1804 e que serviu de inspiração para a imagem presente na nota de um dólar, será leiloado em Nova York no dia 23 de janeiro de 2026. A Christie’s, responsável pelo leilão, estima que a obra alcance entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão — cerca de R$ 5,5 milhões, conforme divulgado pela própria instituição.

Referência para a cédula de um dólar

Intitulada George Washington (tipo Athenaeum), a pintura é uma das versões mais conhecidas do modelo criado por Stuart a partir de uma encomenda feita por Martha Washington em 1796. Este retrato tornou-se referência para a gravura que passou a ilustrar oficialmente a nota de um dólar a partir de 1963. Na obra, Washington aparece com camisa de babados e casaco preto, olhando diretamente para o observador — um exemplo do refinamento técnico que consagrou Stuart como o principal retratista de sua geração, segundo a Christie’s.

Encomenda de James Madison

A peça que irá a leilão foi encomendada em 1804 por James Madison, então secretário de Estado no governo de Thomas Jefferson e futuro quarto presidente dos Estados Unidos. De acordo com o catálogo do leilão, a pintura simboliza a ligação entre Washington, reconhecido como o “Pai da Nação”, e Madison, frequentemente chamado de “Pai da Constituição”, refletindo a admiração de Madison por Washington.

Histórico da obra

Ao longo de mais de dois séculos, a trajetória da pintura foi detalhada pela Christie’s. Após permanecer com a família Madison, sendo exibida em residências em Montpelier, Virgínia, e em Washington, a obra ficou sob os cuidados de Dolley Madison até sua morte, em 1849. Dois anos depois, foi vendida em leilão público por US$ 300 ao empresário e colecionador nova-iorquino William Henry Aspinwall.

O retrato passou por diversos colecionadores ao longo do século XIX e início do XX, incluindo Samuel P. Avery Jr., Marsden J. Perry, James W. Ellsworth e William K. Bixby. Em 1951, Robert Livingston Clarkson doou a obra à Universidade Clarkson, no estado de Nova York, onde permanece até hoje. Segundo a Christie’s, a instituição decidiu vendê-la como forma de marcar o 250º aniversário da independência americana e destinar os recursos à sua missão educacional.

Leilão celebra 250 anos da independência dos EUA

O leilão integra a semana temática “Nós, o Povo: América aos 250 anos”, promovida pela Christie’s. De acordo com a agência EFE, obras semelhantes já superaram as estimativas atuais: um retrato do tipo Athenaeum foi vendido por US$ 1,06 milhão em 2015, enquanto outro exemplar de Stuart, da série “Vaughn”, alcançou US$ 2,8 milhões em 2024.

Em comunicado à Christie’s, Michelle Larson, presidente da Universidade Clarkson, declarou esperar que a pintura “encontre um bom lar permanente”, ressaltando que a venda busca honrar o espírito de Madison de incentivo à ciência e às artes.