Chay Suede estreia nos palcos com um espetáculo que mistura realidade e ficção, trazendo à tona passagens marcantes de sua trajetória.

Em “Peça infantil — A vida e as opiniões do cavalheiro Roobertchay”, que estreia em 15 de janeiro no Teatro Casa Grande, no Rio, o ator revisita histórias da própria adolescência. O texto, assinado por Felipe Hirsch e Caetano Galindo, mescla episódios reais com elementos inspirados em clássicos da literatura.

No palco, Chay revive momentos que antecederam sua fama, começando pelo próprio nome, uma criação singular do avô Salustiano. Entre as lembranças, estão sua performance nadando ao lado de tubarões em um enorme tanque — atração principal da Expo Tuba, idealizada pelo pai, Roobertchay original —, e situações familiares, como o episódio em que a mãe descartou um copo quebrado que ele havia decorado, ou as vezes em que o pai se emocionava com suas redações.

O mergulho em sua história teve impacto emocional para o ator:

— Primeiro, veio a emoção de lidar com coisas que nunca tinha lidado externamente. Fiz do nosso encontro um divã. Talvez, consiga alta na análise (risos) — brinca Chay. — Caetano e Felipe escolheram algumas histórias cabeludas, mas também não escolheram outras, o que agradeço muito (risos). Porque seria difícil lidar com certas coisas... É bom dizer que as pedradas vêm aí (risos). A ficção está em como as histórias foram ouvidas por Felipe e Galindo e não como aconteceram de fato. Viraram outra coisa e, hoje, lido com elas como ficção.

Chay admite estar curioso sobre a reação da família ao espetáculo, mesmo sem a intenção de retratar fielmente sua vida:

— Quem souber, morre! É uma curiosidade que tenho. Pensei muito sobre prepará-los ou não. Acho que não vou preparar ninguém...