Brasil
“Se a moda pega”: prefeito, vice, vereadores e aliados são presos por rombo de R$ 56 milhões em Turilândia (MA)
Operação Tântalo II expõe esquema que envolvia Executivo e Legislativo; Justiça determina prisões e medidas cautelares
O que parece roteiro de ficção virou realidade no município de Turilândia. Uma operação do Ministério Público do Maranhão, com aval do Tribunal de Justiça, resultou na prisão do prefeito, da vice-prefeita e de todos os 11 vereadores da Câmara Municipal, no bojo de uma investigação que apura um rombo de R$ 56.328.937,59 nos cofres públicos.
O prefeito Paulo Curió (União Brasil) se entregou à polícia em São Luís na manhã desta quarta-feira (24), após permanecer dois dias foragido. A operação, batizada de Tântalo II, investiga um esquema de desvio de recursos públicos por meio de empresas fictícias, supostamente criadas pelo próprio prefeito em conluio com aliados políticos.
De acordo com o Ministério Público, o esquema envolvia todos os 11 vereadores do município, além da vice-prefeita Tânia Mendes, ex-vice-prefeita, servidores públicos, empresários e outros agentes políticos. Ao todo, 20 vereadores e um ex-vereador são investigados, embora nem todos tenham tido mandados de prisão expedidos.
Segundo o promotor do GAECO, Fernando Berniz, o nível de comprometimento institucional chama atenção.
“Na Câmara, todos os vereadores faziam parte do esquema, recebendo dinheiro desviado diretamente ou por meio de parentes”, afirmou.
Após a prisão, Paulo Curió e Tânia Mendes foram encaminhados à Unidade Prisional de Ressocialização de Pedrinhas, em São Luís, onde cumprem prisão preventiva. Já os 11 vereadores tiveram as prisões convertidas em prisão domiciliar ou uso de tornozeleira eletrônica.
Segundo o Ministério Público, a decisão de flexibilizar a prisão dos vereadores teve como objetivo não paralisar completamente a administração municipal, uma vez que o presidente da Câmara precisará assumir interinamente o comando da Prefeitura.
O caso escancara um cenário extremo de corrupção sistêmica, onde Executivo e Legislativo teriam atuado de forma conjunta para desviar recursos públicos. Daí a pergunta que ecoa além do Maranhão: e se essa moda pega?
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