O discurso X A prática
A gente sabe que numa campanha política vale quase tudo e, em tempos de redes sociais, essa verdade foi elevada a máxima potência. Se é verdade que em uma disputa eleitoral pode-se quase tudo, também é verdade que campanha é uma coisa e governo é outra totalmente diferente.
Vejamos o que aconteceu com a vitória de Milei nas eleições presidenciais de nossos hermanos argentinos.
O candidato vitorioso Javier Milei se elegeu com um discurso ultradireitista e com uma plataforma política que muito dificilmente será implementada pois além de ser quase inexequível, Milei não conta com maioria no Congresso Nacional argentino.
Milei prometeu a dolarização da economia, acabar com o banco central, retirar o país do Mercosul, entre outras bravatas políticas e impropérios proferidos durante a campanha, um dos alvos foi o nosso presidente Lula.
Mas para tristeza de muitos utradireitistas brasileiros que viam Milei como uma espécie de messias portenho, pelo menos metade dos absurdos de campanha já foram desditos por Milei. É aquilo, na prática a teoria é diferente.
Essa semana, a futura chanceler argentina, Diana Mondino, esteve no Brasil para uma visita oficial ao chanceler brasileiro, Mauro Vieira. Na reunião, Mondino explicou que o novo governo pretende fortalecer o Mercosul, além de estreitar as relações com o governo brasileiro.
Na ocasião, a chanceler argentina aproveitou para entregar uma carta do presidente argentino endereçada ao presidente brasileiro, na qual Milei convida Lula para a cerimônia de posse. Mas, na minha opinião, o presidente eleito da Argentina deve, pelo menos, um pedido de desculpas a Lula.
É preciso esclarecer que o Brasil é o maior parceiro comercial da Argentina, ficando à frente de China e Estados Unidos. Este ano, de janeiro a agosto, o Brasil já importou da Argentina cerca de 9 bilhões de dólares e exportou para o país vizinho cerca de 14 bilhões de dólares.
Milei já entendeu que o Brasil é o maior parceiro comercial da Argentina e que precisa manter relações amistosas. Afinal um bilhão de dólares a menos na balança comercial pesa mais para a Argentina do que para nós brasileiros.
Então, como governar exige prudência, pragmatismo e visão estratégica, as bravatas de Milei não passarão de palavras soltas ao vento.
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