Respeito à história e à memória é preservar as raízes da sociedade
Em um mundo cada vez mais dinâmico e em constante transformação, é crucial lembrar e acompanhar nosso passado, pois foi ele que moldou nossa sociedade. Esse pilar essencial é um tesouro que nos conecta com as raízes de nossas culturas, fornecendo uma base sólida para o presente e orientando o futuro.
A velocidade das mudanças está atropelando o respeito à história e à memória, que são negligenciadas.
Prédios históricos são demolidos para dar lugar a construções modernas, arquivos são descartados sem a devida catalogação, e monumentos são vandalizados ou ignorados. Essas atitudes demonstram uma falta de apreço pela herança cultural que nos foi deixada por gerações anteriores.
Em Palmeira dos Índios, por exemplo parte de seu tesouro maior está sendo corrompido por agentes irresponsáveis que não sabem o valor do que foi construído até aqui e simplesmente banalizam seu acervo.
Vejam o que aconteceu a Casa de Graciliano Ramos (fechada há anos e com seu acervo destruído), ao Museu Xucurús (que teve fim semelhante a Casa do escritor famoso), a Estação ferroviária com sua biblioteca, que revitalizada em 2016 virou local de vândalos e pichadores e também a alguns logradouros públicos que foram distorcidos em nome de um flash nas redes sociais.
Ruas e praças mudam de nome à revelia legislativa ou quando com sua autorização sem critério histórico e social.
A praça Zeca Leôncio que homenageava um construtor, por exemplo virou Praça Tiro de Guerra e ponto final. Na Praça Jornalista Hélio Teixeira, o apaixonado e atento palmeirense Beto Wanderley chamou a atenção deste jornalista para a placa de inauguração que contém fatos distorcidos da história do homenageado. Na Praça Lauro de Almeida, prefeito assassinado na década de 20, ergueu-se um monumento à liberdade e apagou-se talvez a última memória desse importante político do século passado, jogando-o à prisão do esquecimento.
Uma pena, mas que há de ser corrigidos por gestores sérios e comprometidos com sua gente no futuro.
A preservação da história e da memória é fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade. Ao conhecermos e entendermos o passado, somos capazes de compreender melhor as origens dos problemas e desafios que enfrentamos no presente. Além disso, o estudo da história nos oferece insights valiosos para a construção de um futuro mais promissor, evitando a repetição de erros já cometidos e aproveitando as lições aprendidas.
É preciso reconhecer que a história não se resume apenas aos fatos grandiosos e aos eventos marcantes. Ela está presente também nas pequenas histórias do cotidiano, nas memórias individuais e coletivas de uma comunidade. Valorizar e manter essas histórias é essencial para preservar a identidade cultural de um povo e fortalecer os laços de pertencimento e solidariedade.
A preservação da história e da memória deve ser uma responsabilidade compartilhada entre governos, instituições, comunidades e indivíduos. É necessário investir em políticas públicas que incentivem a preservação do patrimônio histórico, garantindo recursos para a restauração e manutenção de prédios, monumentos e documentos de valor histórico. Além disso, é fundamental promover a educação histórica nas escolas, despertando o interesse das novas gerações pela compreensão do passado e incentivando-as a serem guardiãs da memória.
Por outro lado, cada cidadão também pode desempenhar um papel importante nesse processo. Ao visitar museus, bibliotecas e centros culturais, estamos confiantes para a preservação e difusão da história. Ao reverenciarmos as tradições e festividades locais, estamos fortalecendo nossa identidade cultural. E ao protegermos e cuidarmos dos espaços históricos que nos cercam, estamos deixando um legado para as próximas gerações.
Respeitar a história e a memória é um ato de amor e reconhecimento aos que vieram antes de nós, aos que lutaram, construíram e conquistaram um legado. É um gesto de gratidão por tudo o que nos foi legado e uma demonstração de responsabilidade para com as futuras gerações. É olhar para trás com reverência, viver o presente com consciência e construir o futuro com sabedoria.
Que cada um de nós seja um guardião da história e da memória, para que nunca nos esqueçamos de onde viemos e possamos construir um futuro mais justo, solidário e inspirador.