Economia
Déficit da balança comercial da indústria química atinge US$ 54,2 bi, diz Abiquim
O déficit da balança comercial de produtos químicos fechou outubro em US$ 54,2 bilhões, valor que já é recorde para o período de um ano todo. O montante é superior em US$ 8 bilhões aos US$ 46,2 bilhões do ano passado e deve subir em novembro e dezembro, fechando 2022 em US$ 64,8 bilhões. Os dados e a previsão são da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
No acumulado do ano, até outubro, as importações de produtos químicos somaram US$ 69 bilhões e as exportações chegaram a US$ 14,8 bilhões, aumentos de respectivamente 42,1% e de 28,1% na comparação com igual período de 2021.
Assim, o déficit na balança comercial de produtos químicos, entre janeiro e outubro, de US$ 54,2 bilhões, representa aumento de 46,5% em relação ao mesmo período do ano passado
Em termos de quantidades, porém, em praticamente todos os grupos de produtos acompanhados são registrados recuos ao longo de 2022, em especial de resinas termoplásticas (16,6%), de petroquímicos básicos (7,5%) e de intermediários para fertilizantes (2,2%). Foram 49,2 milhões de toneladas adquiridas a preços médios gerais 43,4% superiores àqueles de igual período de 2021.
As exportações, por sua vez, tiveram, até outubro, comportamento praticamente estável, com retração de 0,2%, computando 13,2 milhões de toneladas. Um resultado que reflete, para a Abiquim, o contexto da intensificação das preocupações com as perspectivas de recessão global para 2023 e das dificuldades conjunturais econômicas e cambiais da Argentina, principal parceiro comercial na região.
Considerando o desaquecimento das importações em volumes, ao longo do segundo semestre, acompanhado por reduções mais lentas nos preços dos importados, a Abiquim estima que até o final do ano deverá ser registrado o déficit recorde de US$ 64,8 bilhões.
Até dezembro, as importações deverão totalizar inéditos US$ 82,6 bilhões, ao passo que as vendas externas vão ficar em US$ 17,7 bilhões, aumentos de respectivamente 36% e 22,4% em relação ao ano passado. Em termos de volumes, por sua vez, as quantidades importadas deverão superar 58,7 milhões de toneladas e as exportações poderão totalizar 16 milhões de toneladas, retrações, respectivamente, de 18,9% e de 12,9%, na comparação com 2021.
Resultado em outubro
Em outubro, o Brasil importou US$ 6,5 bilhões em produtos químicos, aumento de 6% frente ao mesmo mês do ano passado, mas queda de 11,2% em relação a setembro.
Desde julho, aliás, as quantidades importadas têm desacelerado consistentemente, tendo atingido o montante de 4,5 milhões de toneladas em outubro, número 8,9% menor do que em setembro e 26,7% inferior ao de outubro em 2021.
Autor: Leandro Silveira, especial para a AE
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