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Cortina do Abraço permite que socioeducandas abracem filhos durante a pandemia
Após vários meses sem contato presencial com os familiares, devido ao risco de contaminação pela Covid-19, duas adolescentes que cumprem medidas socioeducativas na Unidade de Internação Feminina (UIF) puderam reencontrar e abraçar os filhos, na manhã desta segunda-feira (3). Para evitar o risco de contágio, a equipe empregou uma solução criativa e humanizada, que foi o uso da Cortina do Abraço, feita de plástico transparente, que funcionou como uma espécie de barreira anti-Covid.
A supervisora da unidade, Samara Veluma, conta que a inspiração surgiu de práticas observadas em outras instituições que inovaram nesse tipo de atendimento. Ela ressalta, contudo, que além de amenizar os efeitos do isolamento social, a iniciativa busca fortalecer o vínculo familiar entre mãe e filho.
“O desenvolvimento da criança é muito rápido e as adolescentes já dividiam conosco a angústia de não presenciar o crescimento dos filhos. Então adaptamos a ideia para a nossa realidade criando um meio para atenuar o distanciamento e resgatar este vínculo tão importante para ambos”, comenta a supervisora.
Com o início dos casos de Covid-19 em Alagoas, a Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), que coordena o atendimento socioeducativo, adotou medidas preventivas nas Unidades de Internação. Com isso, as visitas presenciais foram suspensas em março de 2020 e os adolescentes têm mantido contato com os familiares exclusivamente por meio de ligações de vídeo realizadas semanalmente.
A jovem L.I.S.S. (19) se emocionou ao ver de perto o filho Gabriel, de 4 anos, após mais de um ano acompanhando suas brincadeiras apenas pelo celular. Ela diz que o encontro trouxe novo fôlego para cumprir o restante da medida e renovou suas esperanças de uma vida diferente no futuro.
“Hoje pude ver que aqueles que eu amo estão esperando por mim lá fora e isso me dá força para seguir minha caminhada tranquila. Quando eu sair, vou fazer tudo diferente. Não quero chegar ao ponto de perdê-lo de novo, porque a companhia do meu filho não tem preço”, afirmou.
Para M.G.N.E., de 18 anos, poder abraçar o pequeno Alex provocou um sentimento indescritível, revelado apenas no toque e no olhar. Após o momento com o filho, que tem apenas 2 anos, ela fez questão de agradecer à equipe, o que fez com lágrimas nos olhos.
“A UIF me mostrou quem eu sou de verdade e me ensinou a valorizar as pessoas que me amam. Vir para cá foi o momento mais difícil da minha vida, achei que não ia conseguir, mas a equipe técnica sempre me ajudou. Hoje eu penso diferente e agradeço a Deus por estar aqui, pois foi nesse lugar que ele me ensinou a ver o mundo de forma diferente”, disse a adolescente.
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