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Aumento de casos de Covid-19 entre militares suspende aulas de formação na PM

16/12/2020
Aumento de casos de Covid-19 entre militares suspende aulas de formação na PM

O aumento de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 entre alunos e instrutores obrigou a Polícia Militar de Alagoas a suspender as aulas do Curso de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP) e do Curso de Formação de Oficiais (CFO). Levantamento da Associação das Praças Militares de Alagoas (Aspra/AL) indica que mais de 100 pessoas desta unidade militar foram infectadas pelo novo coronavírus recentemente.

O presidente da associação, sargento Wagner Simas, informou que o Estado convocou os aprovados em concurso para a instrução obrigatória, mas se “esqueceu” de disponibilizar as condições necessárias para afastar o risco de disseminação do vírus.

“Os insumos são ofertados com escassez. Não há luvas sendo disponibilizadas. Nas salas de aulas têm álcool em gel e cada aluno recebe máscara, mas a quantidade não é suficiente para passar a semana. Lava-se o material em casa para retornar no outro dia”, revela.

Simas diz que o índice de contaminação por coronavírus de alunos e instrutores dos cursos de formação da PM aumentou significativamente, inviabilizando a continuidade dos trabalhos. A direção da unidade em que as aulas acontecem se viu obrigada a suspender as atividades imediatamente para evitar o pior. “Somente na Aspra temos doze alunos filiados e a metade adoeceu recentemente”, informou.

O presidente da Aspra sondou que o Comando Geral da PM cogita retomar as aulas no CFAP e no CFO no dia 28 de dezembro (segunda-feira). “Mas, eu não acredito, diante do cenário atual, que isso não possa ser possível”, avalia.

A situação foi informada ao Ministério Público Estadual (MPE) por meio de ofício. Enquanto isso, a entidade cobra do Governo do Estado a regularidade na disponibilização dos insumos que protegem os militares da Covid-19. De acordo com Simas, a distribuição não ocorre a contento.

“Hoje, a guarnição que sai para o serviço de 12 horas não tem equipamento de proteção de reserva. Os militares utilizam a máscara, suam, tocam em objetos e superfícies sujas, sem ter um material reserva para trocar. Com isso, os profissionais trabalham com o mesmo equipamento durante 12 horas seguidas, que os colocam em risco de contaminação”.