Vida Esportiva

Irmãs de Diego Maradona serão processadas por gestão fraudulenta da marca do jogador

Ídolo do futebol morreu há mais de cinco anos. Rita Mabel e Claudia Norma Maradona detinham amplos poderes de administração e disposição sobre os bens do astro.

Agência O Globo - 31/12/2025
Irmãs de Diego Maradona serão processadas por gestão fraudulenta da marca do jogador
Diego Maradona - Foto: Reprodução

Duas irmãs de Diego Maradona são acusadas de fraude na administração da marca registrada que leva o nome do astro do futebol argentino. Rita Mabel e Claudia Norma Maradona foram apontadas pela Justiça argentina como participantes de um esquema que envolve ainda o advogado e representante do jogador até sua morte, em 2020. O caso teve início após denúncia apresentada por Dalma e Gianinna Maradona, filhas do ídolo.

A acusação foi emitida em 18 de setembro deste ano pela Câmara IV do Tribunal Nacional de Apelações em Matéria Criminal e Correcional, sendo confirmada na última segunda-feira (19) pela Câmara VII do mesmo tribunal, segundo o jornal venezuelano El Nacional.

Além das irmãs, também figuram na sentença Matías Morla, advogado e representante de Maradona até sua morte em 25 de novembro de 2020, e seu assistente Maximiliano Pomargo, ambos indiciados no caso. De acordo com as investigações, houve transferência do usufruto da marca "Diego Maradona" para a empresa Sattvica SA, de propriedade de Morla.

A empresa detinha amplos poderes de administração e disposição sobre os bens do jogador. A Justiça determinou ainda um embargo preventivo de 2 bilhões de pesos (aproximadamente 1,35 milhão de dólares ou 7,47 milhões de reais). O valor foi calculado com base nos "lucros resultantes da exploração das marcas registradas de Diego Maradona, de acordo com a taxa de câmbio e a variação ao longo dos anos", além de considerar eventual indenização, conforme trecho da decisão obtido pelo El Nacional.

A empresa Sattvica SA foi classificada como de fachada, pois, apesar de estar registrada, não apresentou atividades econômicas nos últimos anos. Para a Justiça, a transferência da marca foi uma manobra para impedir que autoridades fiscais italianas acessassem as receitas. O caso remete a uma batalha judicial de mais de 30 anos, desde que Maradona foi acusado de utilizar empresas em Liechtenstein para evitar o pagamento de taxas legais por seus direitos de imagem entre 1985 e 1990, período em que atuou pelo Napoli.

"As ações realizadas pelos envolvidos após a morte de Diego Armando Maradona, abusando de posições originadas de atos simulados, afetaram os direitos dos herdeiros", decretou a Justiça argentina.

A marca Maradona abrange direitos comerciais, de imagem e de propriedade intelectual associados ao ex-jogador, incluindo produtos como roupas esportivas, perfumes e material audiovisual.