Na histórica edição de 100 anos da São Silvestre, Sisilia Ginoka Panga, da Tanzânia, brilhou ao conquistar o título feminino. A atleta africana abriu vantagem a partir da metade do percurso e manteve o ritmo forte até cruzar a linha de chegada, completando os 15 km em 51min09s.

Na disputa masculina, o etíope Muse Gizachew, de apenas 19 anos, protagonizou uma virada emocionante ao assumir a liderança nos últimos 50 metros e garantir o ouro com o tempo de 44min30s, superando o queniano Jonathan Kipkoech.

O Brasil também subiu ao pódio com Núbia Ramos e Fábio Jesus Correa, que conquistaram as medalhas de bronze. Núbia destacou a evolução de sua marca e reforçou o desejo de alcançar o topo: "Foi uma excelente prova, me deu ainda mais confiança. Estou feliz com a colocação, mas quero o lugar mais alto do pódio. Tenho apenas 23 anos e acredito que vamos voltar para vencer."

Fábio Jesus Correa, por sua vez, celebrou o resultado e fez um desabafo sobre as dificuldades enfrentadas pelos atletas brasileiros: "Chegar aqui e brigar com esses africanos não é fácil. Pena que o Brasil não incentiva o atletismo. Eu treino na rua porque não liberam as pistas para a gente, não fiz altitude." O corredor dedicou a conquista à Bahia e ao povo nordestino.

A vitória de Sisilia Panga encerrou uma sequência de oito anos de domínio queniano na prova feminina. A última brasileira campeã foi Lucélia Peres, em 2006. Os campeões da São Silvestre recebem R$ 62,6 mil cada, enquanto os medalhistas de prata levam R$ 31,3 mil e os brasileiros, R$ 18,8 mil.