Vida e Saúde
Léo Pereira é flagrado com vape e reacende discussão sobre riscos do cigarro eletrônico
Entre os principais perigos do uso do vape estão problemas respiratórios graves e dependência química.
Léo Pereira, zagueiro do Flamengo, foi visto segurando um cigarro eletrônico (vape) durante as férias. A imagem do jogador circulou nas redes sociais e gerou debate entre torcedores rubro-negros. Até o momento, o atleta não confirmou se de fato estava utilizando o dispositivo.
Quais são os riscos do vape?
O episódio reacendeu discussões sobre os riscos à saúde associados ao uso de cigarros eletrônicos. Vale destacar que uma decisão da Diretoria Colegiada (Dicol) da Anvisa proíbe a comercialização, importação e propaganda desses produtos no Brasil.
Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) são motivo de polêmica mundial. Inicialmente apontados como alternativa menos prejudicial ao cigarro convencional, estudos recentes apontam que esses aparelhos também causam danos à saúde, geram dependência e não apresentam benefícios comprovados para a saúde pública.
Dependência
O vape pode conter níveis de nicotina iguais ou até superiores aos do cigarro tradicional. Além disso, a forma como a nicotina é entregue ao organismo facilita a inalação por períodos mais longos, sem causar desconforto imediato ao usuário, o que pode aumentar o risco de dependência. Pesquisa do Hospital das Clínicas da USP revelou que, enquanto o cigarro convencional possui limite de 1 mg de nicotina no Brasil, os eletrônicos chegam a 57 mg por ml. Segundo a Associação Médica Brasileira (AMB), um único vape pode equivaler a um maço de 20 cigarros.
Substâncias químicas nocivas
Esses dispositivos podem conter quase 2 mil substâncias, muitas delas não informadas pelos fabricantes. Estudo da Universidade John Hopkins (EUA) identificou milhares de compostos desconhecidos nos aparelhos, além de substâncias já conhecidas, como propilenoglicol e metais, que são tóxicas e cancerígenas.
Danos a órgãos
Segundo pesquisa do Center for Tobacco Research da The Ohio State University Comprehensive Cancer Center e da Southern California Keck School of Medicine, ambas nos EUA, apenas 30 dias de uso dos vapes podem causar problemas respiratórios severos, mesmo em jovens saudáveis, principal público consumidor. Usuários por esse período tiveram risco 81% maior de apresentar chiado no peito, 78% mais chances de sentir falta de ar e 50% de sintomas de bronquite.
Outro estudo, da Universidade de Birmingham (Reino Unido), mostrou que a exposição ao vapor do cigarro eletrônico pode inibir o funcionamento de células imunológicas essenciais no combate a doenças. Já a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) alerta que o uso de vapes aumenta em 1,79 vez o risco de infarto e está associado ao surgimento de aterosclerose.
A SBC também chama atenção para a EVALI (lesão pulmonar induzida por cigarro eletrônico), doença identificada inicialmente nos EUA, com 2.807 casos e 68 mortes já registradas.
Estudo publicado no periódico Inhalation Toxicology apontou que metais pesados das serpentinas (coils) podem vazar para os líquidos dos dispositivos, expondo usuários a alumínio, ferro, cromo, cobre, níquel, zinco e chumbo, aumentando o risco de câncer e de doenças respiratórias, cardiovasculares e neurológicas.
Alterações no DNA
Pesquisa divulgada na revista Cancer Research revelou que usuários de cigarros eletrônicos apresentam alterações no DNA de células da bochecha semelhantes às observadas em fumantes de cigarros convencionais.
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