Vida e Saúde
Onda de calor: especialistas alertam para riscos de choque térmico ao entrar no mar gelado
Em dias de altas temperaturas, cuidados simples podem evitar riscos como choque térmico e desidratação
Com as temperaturas elevadas, um banho de mar gelado costuma ser a escolha de muitos para aliviar o calor intenso. No entanto, a mudança brusca de temperatura — ao sair de uma sensação térmica próxima a 40ºC e entrar em águas com menos de 18ºC — pode oferecer riscos à saúde. Especialistas ouvidos pela Tribuna do Sertão esclarecem dúvidas e orientam sobre como evitar o choque térmico.
Existe risco de choque térmico?
O cardiologista Alexsandro Fagundes, professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e presidente da Sociedade Brasileira de Arritmia Cardíaca (Sobrac), confirma que há perigo ao submeter o corpo a uma mudança repentina de temperatura, especialmente em dias de calor extremo:
— O choque térmico é um conjunto de alterações que podem ocorrer diante de uma exposição abrupta a temperaturas diferentes. Isso pode acontecer ao entrar diretamente na água gelada após intensa exposição ao calor, com sensação térmica acima de 40ºC, principalmente em regiões onde a água do mar é mais fria — explica Fagundes.
Quais são os sinais de choque térmico?
Segundo o especialista, a entrada repentina na água gelada pode provocar vasoconstrição — o estreitamento dos vasos sanguíneos —, alterando a circulação em órgãos vitais, como o cérebro. “Essa reação pode causar hipotensão, abalos musculares, sensação de desmaio, tontura e, em casos extremos, risco de afogamento”, alerta.
A vasoconstrição é um mecanismo fisiológico para evitar a perda de calor, mas eleva a pressão arterial e pode comprometer a irrigação de órgãos importantes.
É melhor molhar o corpo antes de mergulhar?
Fagundes orienta que a adaptação à temperatura da água deve ser gradual: “Molhe o corpo aos poucos antes de mergulhar. Estar bem hidratado também é fundamental para prevenir complicações. Além disso, evite entrar no mar em locais sem vigilância ou a presença de pessoas por perto, para garantir socorro em caso de emergência”.
Crianças e idosos são mais vulneráveis à desidratação?
O cardiologista Marcelo Franken, do Hospital Israelita Albert Einstein, reforça a importância da hidratação em dias quentes. Ele explica que a perda de líquidos pode reduzir a pressão arterial, dificultar o transporte de nutrientes pelo sangue e causar alterações nos eletrólitos.
— A desidratação pode provocar sonolência, confusão mental, desmaios e, em situações graves, arritmias, insuficiência renal, AVC e infarto — afirma Franken.
Segundo o especialista, crianças e idosos são mais suscetíveis à desidratação: “Idosos sentem menos sede e podem não se lembrar de beber água, enquanto crianças pequenas dependem de adultos para repor líquidos. Portadores de doenças crônicas também são mais frágeis e podem sofrer desequilíbrios em dias de calor intenso”.
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