Vida e Saúde

Carlinhos Maia relata consumo de 'brisadeiro' e especialistas alertam para riscos dos comestíveis de maconha

Especialistas afirmam que ingerir produtos com maconha pode ser tão ou mais prejudicial do que fumar

Agência O Globo - 27/12/2025
Carlinhos Maia relata consumo de 'brisadeiro' e especialistas alertam para riscos dos comestíveis de maconha
Carlinhos Maia - Foto: Reprodução

O influenciador digital Carlinhos Maia revelou em suas redes sociais que ficou "muito louco" após consumir dois pedaços de um brigadeiro feito com maconha, conhecido como "brisadeiro".

O episódio ocorreu durante a festa de Natal de Virginia Fonseca, cujo tema era "Natal das Marias e do José", em referência aos filhos da anfitriã com Zé Felipe: Maria Alice, 4 anos, Maria Flor, 3, e José Leonardo, 1.

Inicialmente, Carlinhos afirmou ter recebido o doce na festa e desconhecer o ingrediente, mas depois esclareceu que consumiu o "brisadeiro" antes do evento, já ciente de sua composição.

"Eu sabia que tinha maconha no brigadeiro, eu comi porque eu quis. Comi dois pedacinhos e fiquei muito doido. Não foi na festa, não. Foi justamente no hotel, antes de eu sair. Eu já cheguei muito doido", relatou.

Especialistas em saúde mental alertam que balas de goma, chocolates e biscoitos à base de maconha podem ser tão prejudiciais quanto a droga fumada — ou até mais.

Em entrevista ao DailyMail, psiquiatras criticaram empresas que produzem esses produtos por, segundo eles, "enganarem" consumidores ao sugerir que são opções seguras, especialmente devido às embalagens coloridas e formatos lúdicos, como ursinhos e cobras de gelatina.

"Os alimentos são mais perigosos do que a maconha em alguns aspectos. Com os alimentos, demora um pouco mais para o THC (o componente psicoativo da cannabis) entrar na corrente sanguínea, em comparação com o pico rápido que você obtém ao fumar. A reação retardada — talvez duas a quatro horas depois de comer — significa que as pessoas muitas vezes acabam comendo muito mais porque pensam que nada está acontecendo", explicou a Dra. Libby Stuyt, psiquiatra especializada em dependência química.

Embora a maconha comestível seja frequentemente divulgada como alternativa menos potente e "mais saudável" à inalação, especialistas alertam que sua ingestão pode ser ainda mais prejudicial à saúde mental. Os riscos incluem doenças graves, como psicose súbita, esquizofrenia e depressão, conforme apontam diversos estudos.

Além disso, afirmam que consumir maconha junto a alimentos gordurosos — como chocolates e biscoitos — pode aumentar a potência do THC em até quatro vezes, já que a gordura facilita a absorção da substância pelo organismo.

Os riscos à saúde mental estariam ligados ao THC, presente na planta da maconha, que altera substâncias químicas cerebrais e é responsável pelo efeito psicoativo. O composto estimula áreas do cérebro relacionadas ao humor, atenção e memória, além de desencadear a liberação do hormônio dopamina, associado à sensação de prazer.