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Romã, lentilha, pular ondas: veja a origem e o significado de 5 superstições do ano novo

As superstições, simpatias e tradições são comuns não só no Brasil, mas em vários lugares do mundo

Agência O Globo - 27/12/2025
Romã, lentilha, pular ondas: veja a origem e o significado de 5 superstições do ano novo
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

O ano novo só passou a ser celebrado dia 1º de janeiro em 1582, quando o papa Gregório 13 introduziu o calendário gregoriano no Ocidente. Antes, as festas de Réveillon aconteciam do dia 22 para o dia 23 de março, data que marca o início da primavera no hemisfério Norte.

As superstições, simpatias e tradições são comuns não só no Brasil, mas em vários lugares do mundo. Enquanto uns gostam de pular sete ondas e fazer desejos para cada uma, outros preferem comer uma lentilha, colocar castanhas debaixo do travesseiro, ou até mesmo a casca da romã na carteira para trazer sorte e prosperidade.

Embora a capacidade deles de trazer sorte não possa ser comprovada, é inegável a fé das pessoas e os benefícios que essas frutas e crenças podem trazer. Confira algumas delas:

Pular sete ondas

O número sete, na Umbanda, representa as sete linhas da religião. Assim, cada pulo seria um pedido para um orixá diferente. O 7, número cabalístico, também é ligado a Exu, entidade que simboliza prosperidade financeira e oportunidades.

Lentilha

A tradição italiana, popular em muitos países, foi trazida ao Brasil pelos imigrantes. Da família do grão-de-bico, dos feijões e da ervilha, a lentilha é rica em proteínas, vitaminas, minerais (cálcio e ferro) e em fibras. O hábito de comer lentilhas na virada representa pedidos de fartura e abundância financeira.

Acredita-se que a razão da associação está ligada ao formato do grão, que assemelha-se a uma moeda. Na Itália, um ditado popular revela: "lenticchie a capod´anno franchi tutto l´anno", em português, "lentilha no Ano-Novo, dinheiro o ano todo".

A simpatia de Ano Novo mais popular com a leguminosa envolve comer uma colher de sopa do grão logo após a meia-noite. Algumas variações dessa simpatia incluem colocar uma colher de lentilhas sob o prato ou até mesmo carregá-las na carteira, para garantir que a boa sorte e a prosperidade se mantenham durante o ano.

Romã

Símbolo de fertilidade para várias religiões da antiguidade, a romã é rica em vitaminas, minerais e fibras, e ajuda a controlar o colesterol ruim (LDL).

A tradição de comer romã no Réveillon veio da Grécia. No país, a romã é jogada no chão para quebrá-la e dividi-la entre os presentes. Para a Igreja Católica, dia 6 de janeiro, Dia de Reis, é tradição comer a fruta e guardar algumas sementes na carteira, com o intuito de atrair sorte e dinheiro.

A simpatia de Ano Novo mais famosa com a romã envolve a prática de comer sete sementes da fruta, uma para cada desejo que se quer realizar no ano que se inicia.

Na virada do ano, a pessoa deve segurar a romã, abrir a fruta e, com ela em mãos, comer as sementes uma a uma, mentalizando um desejo para cada semente. Após comer as sete sementes, a pessoa pode guardar a casca da romã em sua carteira ou bolsa durante o ano, acreditando que isso atrairá boa sorte e prosperidade.

Castanhas e frutas secas

Grãos ricos em cálcio, vitamina E, vitaminas do Complexo B, as castanhas, nozes e avelãs contribuem para a prevenção de diversas doenças, como a hipertensão e a osteoporose. Acredita-se que, por seu formato arredondado, simbolizam a continuidade e a fartura, trazendo prosperidade e riqueza.

As nozes, castanhas, tâmaras e avelãs chegaram ao Brasil pelos imigrantes árabes. Por se tratar de alimentos de longa validade, simbolizam desejos para que não falte comida ao longo do ano. A superstição vale também para frutas secas e cristalizadas.

A simpatia com castanhas, tradicionalmente realizada na virada do Ano Novo, envolve comer sete castanhas, uma a cada desejo ou meta para o ano que se inicia. Algumas pessoas também as colocam sob o travesseiro ou as guardam na carteira, para atrair boas energias e garantir um ano próspero. O número sete, que é considerado sagrado e de sorte, é comumente utilizado, seja ao comer as castanhas ou ao fazer os pedidos.

Fogos de artificio

Acredita-se que os fogos tiveram origem na China há mais de 2 mil anos. O costume era utilizar o chamado 'fogo químico' na ponta de bambus.

Segundo a tradição, os fogos espantavam espíritos malignos. Ao passar dos anos, a ciência e tecnologia aprimoraram o item. Após chegarem à Europa, os fogos de artifício vieram para o Brasil com os imigrantes portugueses e italianos.