RJ em Foco
Das festas diurnas à natação noturna, saiba o que vai bombar em 2026
No ano que vem, aposta também na substuição do tom minimalista de roupas e maquiagens e na mudança de comportamento com a escala 5x2
Ano novo, tempo novo. Na esteira das tendências que se desenham no Rio para 2026, a mudança no relógio do carioca parece ser a grande chave mestra da temporada. A natação no mar, por exemplo — que teve um boom depois da pandemia nas praias cariocas —, no ano que vem dobra a aposta, com aulas acontecendo no período da noite, especialmente em dias mais quentes. Fora do mar, o mesmo movimento se espalha pela cidade, desde a rotina de trabalho até novos jeitos de sair, se vestir e se divertir.
Polêmica:
Réveillon 2026:
Não só porque é mais fresco, mas também por ser uma forma de estar no mar em um horário não convencional para o esporte, trabalhando técnicas com professores que são bombeiros. As aulas de natação acontecem com cerca de dez profissionais e contam com vários equipamentos de segurança, como boias fluorescentes com lanternas internas e equipes sinalizando o trecho, do Posto 5 ao 6, em Copacabana.
— O mar à noite é muito perigoso. Por estar escuro, as referências são muito menores. Durante o dia, dá para ver os morros, se está se afastando muito da costa. Acho que as pessoas têm gostado da ideia da aula porque acabam aprendendo uma forma de estar no mar com segurança nesse horário. Nadamos com uma equipe muito treinada de mais de dez pessoas, que fazem a sinalização sonora e a iluminação ao longo do trajeto — afirma Daniel Vitullo, bombeiro e professor de natação.
A transição de horários também já chegou às festas e deve continuar. Não que esteja todo mundo cansado — talvez esteja? —, mas badalar durante o dia tem ganhado cada vez mais corações, independentemente da faixa etária. Seja uma praia, churrasco ou festa mesmo, os eventos diurnos vão continuar no hype em 2026.
— A nova geração é muito diferente, gosta do dia, é a geração das matinês — brinca Leo Gattuso, de 47 anos, produtor da festa Tchibum, ao lado do sócio Edu Gama. — A minha geração aprendeu que para se divertir tem que ser à noite, mas isso está mudando cada vez mais. Hoje você sai, dança, bebe e, no dia seguinte, acorda, vai caminhar no calçadão, vai trabalhar, vai viver a rotina sem estragar o dia inteiro por conta da noite anterior.
Mais tempo para diversão
A própria possibilidade da nova escala 5x2 de trabalho pode alterar substancialmente o ritmo da boemia, como aposta o empreendedor carioca Raphael Vidal. Um dos points para ficar de olho, segundo ele, é a Rua da Cerveja, no centro da cidade, que teve a primeira inauguração em outubro do ano passado. O trecho, na Rua da Carioca, deve receber mais cervejarias.
— A maior tendência para a gastronomia em 2026 sem dúvidas é a escala 5x2, que vai mudar completamente o ritmo da boemia, com mais tempo para se divertir. A Rua da Cerveja já é uma realidade, com casas cheias todos os dias. Em 2026, com as calçadas alargadas, só há um destino: ser referência no Rio de turismo gastronômico, cervejeiro, cultural e histórico — aposta Raphael, que comenta ainda o retorno do Michelin Rio e São Paulo, que terá cerimônia no Copacabana Palace em abril:
— O turismo é o fundamento da nossa cidade. Precisamos pensar nisso como solução. Um prêmio Michelin só aumenta a responsabilidade do Rio como referência de destino.
E turismo não é só para quem vem de fora. Uma aposta de rolê-tendência para quem mora no Rio são minirroteiros de bares e restaurantes para passar o dia com os amigos. Marcella Sobral, que faz a coluna “Pé Sujo, Pé Limpo”, no Globo, dá a dica:
— É uma vibe meio “siga e pare”: duas cervejinhas aqui, uma caipirinha ali... Papeia um pouquinho, come um negocinho, e segue o baile. Perfeito para conhecer regiões diferentes do Rio e se permitir turistar na própria cidade.
Na moda, as atenções se voltam às passarelas cariocas no ano que vem: depois de um hiato de dez anos, o Rio Fashion Week volta à cidade, em abril, no Armazém da Utopia. No esquenta até lá, outros points da cidade já oferecem looks e inspiram composições e estilo, como a Feira de Antiguidades da Praça Quinze.
— O garimpo presencial tem entrado no roteiro de lazer. A gente sempre encontra peças que são achados superdiferentes, e isso vai moldando a moda local. Você vai brincando com a criatividade — conta o estilista Caio Sobral, que revela o que esperar dos estilos: — Para 2026, o artsy (mais artístico, misturando texturas, tecidos) vem muito forte, com estampas mais abstratas, que dão o efeito molhado, as transparências com aplicações em bordado, tachas. Na moda praia, os babados e vestimentas além do biquíni e da sunga voltam com tudo, como vestidos, saídas de praia, bermudas.
Nada de tom suave
Na maquiagem, a lógica é parecida: menos regra e mais experimento. Dando adeus à onda de minimalismo e à clean girl, chega o momento de muita cor, brilho, texturas cremosas e gelly, com deslocamento para áreas do rosto não comumente maquiadas. A inspiração, segundo a maquiadora Fernanda Suzz, é a cantora sueca Zara Larsson, que ousa na expressão estética.
— A maquiagem nas têmporas, extrapolando os olhos, no topo do nariz, na região entre as sobrancelhas, com brilho, cores, pedraria. É uma tendência forte com a geração Z, mas vai atingir outras camadas também, inclusive mulheres maduras. A ideia é aproveitar o lúdico, saindo da zona de conforto. Vai totalmente na contramão da Pantone que apontou o branco: é romper com a obviedade e brincar — sugere Fernanda.
E aí, bora experimentar?
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