Luiz Ricardo Leite de Amorim, piloto do avião monomotor que caiu na Praia de Copacabana, Zona Sul do Rio, neste sábado, havia completado 40 anos no dia 23 de dezembro, apenas quatro dias antes do acidente. O corpo do piloto, que realizava seu primeiro voo rebocando uma faixa de publicidade, foi resgatado pelos bombeiros pouco após a queda. A aeronave foi retirada do mar neste domingo com o auxílio de um rebocador equipado com guindaste.

Investigação:

A expectativa é que o avião passe por perícia conduzida por especialistas do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), procedimento que pode ajudar a esclarecer as causas do acidente. Natural de Goiânia (GO), Luiz Ricardo voava pela primeira vez rebocando uma faixa publicitária, segundo a Visual Propaganda Aérea, empresa proprietária da aeronave. Ainda conforme a empresa, ele estava capacitado para a função e havia passado por treinamentos. Luiz Ricardo residia em Juiz de Fora, na Zona da Mata de Minas Gerais, a cerca de duas horas e meia do Rio.

A aeronave retirada do mar deverá ser periciada exclusivamente pelo Cenipa. O resultado do exame, que apura as causas do acidente, também subsidiará investigação da Polícia Civil. A partir desta segunda-feira, testemunhas devem ser intimadas a depor na 12ª DP (Copacabana).

De acordo com a Prefeitura do Rio, a Visual Propaganda Aérea não possuía licença para realizar a campanha publicitária no sábado e será autuada. A empresa afirma operar há mais de 40 anos no segmento de publicidade aérea.

Tragédia em Copacabana:

Testemunhas relataram que, no momento da queda, ouviram um estrondo e viram a faixa publicitária cair no mar. O técnico óptico Edmar Cabral Bezerra, de 58 anos, contou que havia acabado de sair da água:

— Sentei na areia e ouvi um barulhão. O pessoal ao meu lado disse que era um avião. É complicado, porque é uma vida, estamos no fim de ano, época de confraternização.

Queda da aeronave:

O Corpo de Bombeiros foi acionado às 12h34 e atuou com equipes em motos aquáticas, embarcações infláveis, mergulhadores e apoio aéreo com helicóptero. Pelo menos sete veículos da corporação foram utilizados para transportar equipamentos de busca, chamando atenção na Avenida Atlântica.

Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Cenipa, informou que neste domingo continuaram os trabalhos de ação inicial referentes à ocorrência com a aeronave de matrícula PT-AGB, na praia de Copacabana, conduzidos por investigadores do Terceiro Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa III), órgão regional do Cenipa.

Durante a ação inicial, profissionais qualificados coletam e confirmam dados, preservam elementos, verificam danos à aeronave e levantam informações necessárias para a investigação.

O órgão informou ainda que a investigação será concluída no menor prazo possível, considerando a complexidade do caso e a necessidade de identificar fatores contribuintes. Ao final, o relatório será publicado no site do Cenipa, disponível para toda a sociedade.