RJ em Foco
Cardumes impressionam banhistas e viralizam nas redes na orla do Rio
Imensas manchas de peixes na orla carioca atraem curiosos e geram registros de mergulhadores e drones
A passagem de cardumes de peixes pela orla da Zona Sul do Rio tem chamado a atenção de banhistas e curiosos. Grupos de pessoas se aproximam das grandes manchas escuras formadas nas águas cristalinas, aproveitando para registrar o fenômeno com drones e até mesmo durante mergulhos. Os vídeos e fotos rapidamente ganharam destaque nas redes sociais.
"Eu nunca vi a Praia da Urca assim", relatou o usuário do Instagram Henrique Foca ao mostrar centenas de pequenos peixes durante um mergulho.
Outro registro foi feito por um guia turístico do perfil Brazil by Sean: "Galera, estou aqui no Leme e tem um cardume gigante. Vou te mostrar no drone e no GoPro". Ele compartilhou imagens aéreas da enorme mancha que se formou no mar.
Julia Sette também registrou a passagem dos peixes na orla carioca: "Hoje o pós-treino estava lotado", brincou em publicação.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) aproveitou a repercussão para esclarecer que as manchas não têm relação com poluição. Em vídeo publicado pelo órgão, banhistas relataram suas experiências com o fenômeno, chamado de "invasão do bem". "Quando eles estavam mais cedo, nadei por cima deles. Uma sensação muito boa", contou Nayane Queiroz.
As manchas, que chegaram a ultrapassar um quilômetro de extensão, começaram a ser vistas no início da semana. Segundo Marcelo Vianna, professor titular do Departamento de Biologia Marinha da UFRJ, trata-se provavelmente de manjubas ou sardinhas. Devido ao pequeno porte e ao fato de permanecerem em águas rasas, esses peixes formam grandes sombras visíveis à distância.
— É um cardume que está muito na horizontal, então parece ser muito maior do que é porque está ocupando uma região muito superficial da coluna d'água. O que se vê é reflexo do último período reprodutivo das sardinhas. Nessa época do ano, é um fenômeno comum que, por conta da água mais clara, se torna visível. Ele acontece porque a água do Rio fica mais fria durante o verão. É uma característica nossa. E essa água fria que entra durante esse período de verão, início de primavera, é rica em nutrientes. A água quente é mais leve do que a água fria, que é densa e fica no fundo. Então, quando essa água fria sobe, traz todo aquele nutriente que estava no fundo e enriquece a coluna d'água: fica com mais fitoplâncton, que são aquelas microalgas. Esses nutrientes atraem os cardumes de pequenos comedores de plâncton, como as sardinhas e as manjubas — explica o biólogo.
Vianna acrescenta que, anualmente, quando a água de praias como Arpoador, Ipanema, Leme e Copacabana adquire temperaturas mais baixas, é possível que já sejam efeito da ressurgência que favorece o aparecimento das espécies. Do alto, foram vistos grupos de peixes cujas sombras ultrapassaram um quilômetro, algo que chamou a atenção do professor:
— Todo ano, a gente tem um enriquecimento das águas costeiras do Rio de Janeiro e há aproximação de cardumes de pequenos peixes. A diferença é que, de fato, este ano, esse cardume está muito grande e muito próximo da costa.
Mais lidas
-
1TECNOLOGIA
Avião russo 'Baikal' faz voo inaugural com motor e hélice produzidos no país
-
2TECNOLOGIA MILITAR
Revista americana destaca caças russos de 4ª geração com empuxo vetorado
-
3OPERAÇÃO INTERNACIONAL
Guarda Costeira dos EUA enfrenta desafios para apreender terceiro petroleiro ligado à Venezuela
-
4ECONOMIA
Quando houver alguma divergência entre membros do Copom, ela será destacada, diz Galípolo
-
5EUA
Senado dos EUA apresenta projeto de lei para usar ativos russos congelados para ajudar a Ucrânia