Poder e Governo
The Economist sugere que Lula não dispute reeleição por idade e critica Flávio Bolsonaro
Revista britânica afirma que o Brasil merece alternativas melhores, mesmo após demonstrar resiliência democrática em 2025
A revista britânica The Economist publicou um editorial nesta terça-feira defendendo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deveria concorrer à reeleição em 2026. Segundo a publicação, o Brasil "merece escolhas melhores", apesar de o país ter comprovado a resiliência de suas instituições democráticas em 2025.
O principal argumento da revista é a idade de Lula, que completou 80 anos em outubro e já confirmou sua intenção de disputar um novo mandato. "Apesar de todo o seu talento político, é simplesmente arriscado demais para o Brasil ter alguém tão idoso no poder por mais quatro anos. Carisma não é escudo contra o declínio cognitivo", afirma o editorial.
A The Economist compara Lula ao ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que desistiu da reeleição meses antes do pleito. "O presidente faria um favor ao seu país e consolidaria seu legado — algo que Biden não fez — anunciando que cumprirá sua promessa e se afastará da disputa", acrescenta.
O editorial critica ainda as políticas econômicas do PT, considerando-as "medíocres" e voltadas principalmente para auxílios aos mais pobres, com aumento da carga tributária sobre empresas. No entanto, reconhece que Lula agradou empregadores ao aprovar uma reforma tributária simplificada. A revista destaca que Lula "não tem adversários sérios no centro ou na esquerda" capazes de substituí-lo na corrida presidencial.
Críticas ao bolsonarismo
A The Economist também condena a escolha do ex-presidente Jair Bolsonaro em apoiar o senador Flávio Bolsonaro como pré-candidato do PL ao Planalto. "Flávio é impopular, ineficaz e quase certamente perderia uma disputa contra Lula. Outros possíveis candidatos estão sendo cogitados, incluindo alguns governadores competentes. O mais proeminente deles é Tarcísio de Freitas, o governador conservador de São Paulo", aponta o texto.
Segundo o editorial, Tarcísio "deveria ter a coragem de se lançar na disputa". "Ao contrário dos Bolsonaros, ele é ponderado e democrata", ressalta a publicação.
A revista sugere que partidos de direita busquem unidade em torno de um nome capaz de superar a polarização entre Lula e Bolsonaro. "Se forem sábios, abandonarão Flávio e se unirão em torno de um candidato capaz de superar a polarização dos anos Lula-Bolsonaro", destaca.
Por fim, a The Economist defende o apoio a "uma figura de centro-direita que reduza a burocracia, mas não as florestas tropicais, que seja rigorosa com o crime, mas não desrespeite as liberdades civis, e que respeite o Estado de Direito".
"O Brasil tem tudo em jogo em 2026 — e o resultado é preocupantemente incerto", conclui o editorial.
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