O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve passar o Réveillon internado no hospital DF Star, em Brasília, onde permanece desde a véspera do Natal. A informação foi confirmada pela equipe médica após a realização de novos procedimentos para tratar crises persistentes de soluço.

Segundo o cirurgião Cláudio Birolini, se não houver novas intercorrências, a expectativa é que Bolsonaro permaneça no hospital até o dia 1º de janeiro. “A gente está trabalhando com a hipótese de, se não houver novos problemas, que ele fique aqui até quinta-feira”, explicou em entrevista coletiva.

Bolsonaro foi inicialmente internado para correção de uma hérnia inguinal bilateral, realizada na quinta-feira. No entanto, outros procedimentos foram necessários, incluindo um bloqueio anestésico do nervo frênico no lado esquerdo, feito na segunda-feira. O mesmo procedimento já havia sido realizado no lado direito, no sábado.

Está prevista ainda a realização de uma endoscopia digestiva alta nos próximos dias. “A gente precisa de pelo menos 48 horas para avaliação dos resultados e complicações. Possivelmente a endoscopia será feita amanhã ou na quarta-feira”, informou o médico.

Birolini também relatou que o ex-presidente apresenta episódios de apneia do sono. “Na noite passada, ele refez o exame de polissonografia, que confirmou apneia de sono severa, com cerca de 50 episódios por hora. Ele deve utilizar equipamento específico para melhorar o padrão de sono nos próximos dias”, detalhou.

Já o cardiologista Brasil Caiado informou que Bolsonaro teve episódios de hipertensão arterial. “No sábado à tarde, ele apresentou um pico hipertensivo, embora já tenha histórico e faça uso de medicação. Ajustamos a dose do remédio e, durante o procedimento realizado na segunda-feira, ele voltou a ter crise hipertensiva, sendo necessário uso de medicamento intravenoso”, explicou. Apesar disso, o quadro do ex-presidente é considerado estável.

Entenda o bloqueio do nervo frênico

O bloqueio do nervo frênico é um procedimento anestésico indicado para casos de soluços persistentes que não respondem a medicamentos. O nervo controla os movimentos do diafragma, e a anestesia local visa interromper temporariamente os impulsos nervosos, cessando as contrações involuntárias responsáveis pelos soluços.

Trata-se de uma medida temporária e controlada, sem provocar paralisia permanente nem interferir de forma definitiva na respiração. Em alguns casos, como o de Bolsonaro, o procedimento é realizado bilateralmente para avaliar a resposta do organismo.

O que é a cirurgia de hérnia inguinal bilateral

A hérnia inguinal bilateral ocorre quando parte do intestino se projeta por pontos enfraquecidos da parede abdominal na região da virilha. A cirurgia visa reposicionar o conteúdo abdominal e reforçar a musculatura local, reduzindo riscos de dor, complicações e novas protrusões. O procedimento é feito sob anestesia geral, com monitoramento contínuo das funções vitais.