Poder e Governo

Tenente-coronel condenado por trama golpista se entrega à Polícia Federal

Guilherme Marques Almeida ficará em prisão domiciliar; um dos dez alvos segue foragido

Agência O Globo - 29/12/2025
Tenente-coronel condenado por trama golpista se entrega à Polícia Federal
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

O tenente-coronel do Exército Guilherme Marques Almeida se entregou à Polícia Federal (PF) no domingo, após ter a prisão domiciliar decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Com a apresentação, resta apenas cumprir um dos dez mandados expedidos na semana passada pelo ministro Alexandre de Moraes contra condenados pela chamada trama golpista.

Almeida foi condenado a 13 anos e seis meses de prisão. Os ministros do STF entenderam que ele integrou o grupo responsável por disseminar desinformação sobre as urnas eletrônicas, identificado como o "núcleo quatro" da organização.

Após a audiência de custódia, foi mantida a prisão domiciliar do tenente-coronel, que será monitorado por tornozeleira eletrônica.

O advogado de Almeida, Leonardo Avelar, declarou que seu cliente "sempre colaborou com a Justiça e compareceu a todos os atos processuais, sendo a decisão de prisão domiciliar uma medida desnecessária".

Na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes determinou a prisão domiciliar preventiva de dez pessoas condenadas pelo STF por participação em diferentes núcleos da trama golpista. A medida foi tomada após o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, ser preso após fugir do Brasil.

No sábado, a Polícia Federal não localizou dois dos alvos. Além de Guilherme Marques Almeida, segue foragido o presidente do Instituto Voto Legal (IVL), o engenheiro Carlos Rocha, condenado a sete anos e seis meses de prisão, também por disseminação de desinformação.

Moraes justificou as prisões domiciliares com base no "fundado receio de fuga" e no "modus operandi da organização criminosa" de deixar o território nacional.

"O modus operandi da organização criminosa condenada pelo Supremo Tribunal Federal indica a possibilidade de planejamento e execução de fugas para fora do território nacional, como feito pelo réu Alexandre Ramagem, inclusive com a ajuda de terceiros", afirmou Moraes em decisão assinada na última sexta-feira.

Além de Silvinei Vasques, Moraes também citou o caso do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, que foi condenado e conseguiu deixar o país rumo aos Estados Unidos.