Poder e Governo

Aldo Rebelo confirma candidatura à Presidência pelo Democracia Cristã

Antigo aliado do PT se afasta da esquerda e se aproxima do bolsonarismo

Agência O Globo - 29/12/2025
Aldo Rebelo confirma candidatura à Presidência pelo Democracia Cristã
Aldo Rebelo - Foto: Reprodução / Agência Brasil

O ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, Aldo Rebelo, confirmou nesta segunda-feira (10) que será candidato à Presidência da República em 2026 pelo Democracia Cristã (DC). O anúncio foi feito em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, na qual Rebelo destacou como prioridades de sua plataforma a retomada do crescimento econômico, a redução das desigualdades sociais, a revalorização da democracia e a reconstrução da agenda de defesa nacional.

A candidatura já havia sido antecipada pelo colunista Lauro Jardim, d'O GLOBO, no início do mês.

Ex-aliado do PT, Rebelo deixou o PCdoB em 2017 e passou por outras quatro legendas — PSB, Solidariedade, PDT e MDB. Recentemente, se distanciou da esquerda e aproximou-se de setores ligados ao bolsonarismo.

No primeiro mandato do presidente Lula (PT), entre 2004 e 2005, Aldo Rebelo foi ministro-chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais. Sob o governo Dilma Rousseff, comandou os ministérios do Esporte, da Ciência e Tecnologia e da Defesa. Em 2024, ocupou o cargo de secretário municipal de Relações Internacionais na gestão do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

Na entrevista ao Estado de S. Paulo, Rebelo afirmou que Lula é "refém" do Supremo Tribunal Federal (STF) e fez críticas a entidades ambientais e de defesa dos povos indígenas, como o Ibama e a Funai.

Segundo o ex-ministro, instituições ambientais "imobilizam" o desenvolvimento nacional nas áreas da agroindústria, energia e mineração.

Rebelo também defendeu a anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e para todos os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

— Como é que você pacifica um país? É esquecendo. Se quiser pacificar, é para anistiar todo mundo. Você não quer chegar ao governo para botar o antecessor na cadeia. O país precisa reunir energias para cuidar de seu futuro. E esses problemas menores precisam ser esquecidos — afirmou.