Poder e Governo
CNBB critica atuação do Congresso e alerta para aumento da corrupção e perda de decoro em 2025
Em mensagem de ano novo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil destaca preocupação com aprovação do Marco Temporal e alterações na Lei do Licenciamento Ambiental
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou, nesta segunda-feira, uma mensagem de ano novo em que faz duras críticas à atuação do Congresso Nacional em 2025. Entre os pontos que "entristecem e preocupam", a entidade destacou a aprovação da tese do Marco Temporal no Senado e as "ameaças à proteção ambiental" resultantes das mudanças na Lei Geral do Licenciamento, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com vetos posteriormente derrubados pelo Congresso.
Como exemplos negativos, a CNBB também citou o "pagamento exorbitante" de juros e amortizações da dívida pública, o que, segundo a entidade, limita a capacidade de investimento do país em áreas essenciais como educação, saúde, moradia e segurança.
De acordo com a Conferência, em 2025 houve "aumento da corrupção na vida pública, perda de decoro de parlamentares e flexibilização de marcos legais essenciais, como a Lei da Ficha Limpa".
"Discursos de ódio, manipulação da verdade, violências, radicalismos ideológicos e interesses particulares não podem se sobrepor ao bem comum. Tais realidades ferem a dignidade humana e obscurecem a vocação democrática do país", diz o comunicado.
A CNBB reforça que nenhum projeto político pode "se sobrepor à vida, ao respeito à pessoa humana e à justiça social" e afirma que a democracia é "patrimônio do povo brasileiro" que "precisa de cuidado e promoção".
"Como discípulos e discípulas de Jesus Cristo, somos chamados a ser testemunhas credíveis e exemplares, artesãos da paz, construtores de pontes, promotores da caridade política e da responsabilidade social. A nação precisa reencontrar o caminho da pacificação, do diálogo e do respeito mútuo", ressalta a entidade.
Reconhecimento de avanços
Por outro lado, a CNBB também destacou situações que "renovam as esperanças". No campo econômico, a entidade celebrou a retirada parcial de sanções dos Estados Unidos a produtos brasileiros de exportação, a queda da taxa de desemprego, a busca pela redução da jornada de trabalho e a "taxação proporcional à riqueza".
"Orgulhamo-nos da realização da COP-30, em Belém do Pará, e também nos enleva o fato de o Brasil consolidar sua liderança em energias renováveis. A Igreja se fez presente, não como protagonista político, mas desejosa de contribuir para a construção de caminhos comuns diante da crise climática", destacou a instituição.
No âmbito da saúde, a Conferência ressaltou o aumento da taxa média de médicos por habitante e expressou gratidão pelo Sistema Único de Saúde (SUS): "Agradecemos a Deus pelo SUS".
A nota é assinada pelo presidente da CNBB, Dom Jaime Cardeal Spengler, Arcebispo de Porto Alegre; Dom João Justino de Medeiros Silva, 1º Vice-Presidente da CNBB e Arcebispo de Goiânia; Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa, Arcebispo de Olinda e Recife e 2º Vice-Presidente da CNBB; e Dom Ricardo Hoepers, Secretário-Geral da CNBB e Bispo Auxiliar de Brasília.
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