Poder e Governo
Grupo de Tarcísio minimiza pressão do PP e aposta em federação com União Brasil para barrar disputa
Progressistas perdeu espaço na administração estadual com saída de Derrite e ameaça lançar candidato próprio ao governo em 2026
Integrantes do grupo político do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) veem com ceticismo a ameaça do Progressistas (PP) de lançar candidatura própria ao governo de São Paulo em 2026. Segundo aliados do governador, a possível federação entre União Brasil e Republicanos inviabilizaria a concorrência interna, já que partidos federados precisam atuar em bloco nas eleições majoritárias, somando votos e compartilhando cadeiras.
O ex-presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil), afirmou ao jornal O Globo que a movimentação do PP causa estranheza e reafirmou apoio a Tarcísio. “A federação prosseguirá com Tarcísio, seja como candidato a governador, seja para presidente. Se tivermos dificuldade em algum ponto, vamos ajustar”, declarou Leite, que deve liderar a federação no estado assim que oficializada.
Por outro lado, o deputado federal Maurício Neves, presidente estadual do PP, nega acordo para a liderança e tenta ocupar o posto. Foi dele a informação de que o partido “avalia a possibilidade” de candidatura própria, citando nomes como Ricardo Salles e Filipe Sabará. O argumento do PP é o crescente descontentamento de prefeitos com a suposta falta de atenção do governo estadual e o nível de apoio público de Tarcísio ao projeto majoritário da legenda, que seria a candidatura do ex-secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), ao Senado.
Em ocasiões anteriores, o presidente nacional do PP, Ciro Nogueira, defendeu a candidatura de Derrite ao Executivo paulista, mas apenas na ausência de Tarcísio. Procurado para comentar, Maurício Neves não respondeu aos pedidos de entrevista.
Aliados de Tarcísio avaliam que o movimento do PP busca retomar influência na administração estadual após a saída antecipada de Derrite, que deixou o cargo antes do prazo previsto pela legislação eleitoral para se dedicar a projetos na Câmara. Com a saída, o delegado Osvaldo Nico assumiu a Secretaria de Segurança Pública, diminuindo o espaço do PP na gestão.
A iniciativa do PP não encontra grande respaldo nem mesmo entre seus correligionários. O deputado estadual Delegado Olim (PP) afirmou ter comunicado a Tarcísio seu apoio incondicional e cobrou “juízo” da direção do partido. Já o subprefeito da Lapa, Coronel Telhada (PP), considerou natural a ascensão de Nico ao cargo e a manutenção do apoio ao governo.
Ciro Nogueira, líder nacional do PP, é um dos principais defensores de uma candidatura de Tarcísio à Presidência contra Lula (PT) e tentou ser vice na chapa, mas teve os planos frustrados pela escolha de Flávio Bolsonaro pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Nogueira também demonstrou incômodo com críticas públicas ao governador feitas por Eduardo Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos.
Mais lidas
-
1TECNOLOGIA MILITAR
Revista americana destaca caças russos de 4ª geração com empuxo vetorado
-
2TECNOLOGIA
Avião russo 'Baikal' faz voo inaugural com motor e hélice produzidos no país
-
3VIDA SILVESTRE
Médico-veterinário registra nascimento e primeiros dias de filhotes de tucanuçu
-
4OPERAÇÃO INTERNACIONAL
Guarda Costeira dos EUA enfrenta desafios para apreender terceiro petroleiro ligado à Venezuela
-
5MOBILIDADE
Alagoas adere a novas regras da CNH e elimina exigência de autoescola