A polícia paraguaia localizou a tornozeleira eletrônica utilizada por Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em uma rodoviária de Cidade do Leste, cidade paraguaia na fronteira com o Brasil. O equipamento foi rompido por Vasques antes de sua tentativa de fuga com um passaporte falso na semana passada. A tornozeleira será encaminhada para a Polícia Federal para perícia.

Silvinei foi preso na última sexta-feira (26), no Aeroporto de Assunção, enquanto tentava embarcar para El Salvador, logo após fugir do Brasil. Na mesma noite, ele foi entregue pela Polícia Nacional do Paraguai às autoridades brasileiras, na fronteira entre Foz do Iguaçu (PR) e Ciudad del Este.

O policial aposentado chefiou a PRF durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e seis meses de prisão por participação na tentativa de golpe. Agora, cumpre prisão preventiva determinada pelo ministro Alexandre de Moraes.

Vasques foi localizado a 1.300 quilômetros de São José, na Região Metropolitana de Florianópolis, onde residia e atuou como secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação até 16 de dezembro.

De acordo com a Polícia Federal, o plano de fuga envolveu o uso de documentos paraguaios falsos. Ele rompeu a tornozeleira eletrônica e saiu de casa na noite de Natal, alugando um veículo para a viagem de pelo menos 18 horas.

Imagens de segurança mostram que Vasques foi visto pela última vez em seu endereço às 19h do dia 24 de dezembro, carregando um carro Polo prata de locadora com bolsas, sacos de ração, tapete higiênico, pote e um cachorro, aparentemente da raça pitbull.

A fuga só foi percebida por volta das 3h do dia 25, quando a tornozeleira deixou de emitir sinais de localização. Às 20h do mesmo dia, agentes da Polícia Penal de Santa Catarina foram ao endereço de Vasques, mas não obtiveram resposta.

Nesse momento, o ex-diretor da PRF já seguia para o aeroporto de Assunção, onde foi preso com identidade e passaporte paraguaios em nome de Julio Eduardo Baez Fernandez. Ele também portava uma carta em espanhol afirmando ser portador de câncer cerebral e incapaz de falar ou compreender perguntas, justificando a viagem a El Salvador para tratamento.

Silvinei tinha passagem aérea para El Salvador, com escala no Panamá, e usava camiseta verde, calça jeans e óculos de aro preto. Fotos enviadas pela polícia paraguaia à PF confirmaram sua identidade.