Poder e Governo

Bolsonaro passa por novo procedimento para tratar crises de soluço

Bloqueio anestésico do nervo frênico já estava previsto no tratamento

Agência O Globo - 27/12/2025
Bolsonaro passa por novo procedimento para tratar crises de soluço
O ex-presidente Jair Bolsonaro - Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi submetido, na tarde deste sábado, a um novo procedimento cirúrgico em Brasília. Segundo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), trata-se do bloqueio anestésico do nervo frênico, etapa já prevista com o objetivo de impedir as crises de soluço recorrentes desde a facada sofrida durante as eleições de 2018.

“Meu amor acabou de ir para o centro cirúrgico para realizar o bloqueio do nervo frênico. Peço que intercedam em oração por mais esse procedimento, para que seja exitoso e traga alívio definitivo. Já são nove meses de luta e de angústia com soluços diários”, escreveu Michelle em suas redes sociais.

A primeira etapa da intervenção ocorreu na última quinta-feira, quando Bolsonaro foi submetido à correção de uma hérnia inguinal bilateral. O procedimento durou três horas e meia.

A internação do ex-presidente foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após perícia da Polícia Federal (PF) apontar a necessidade do tratamento. Bolsonaro deixou a superintendência da PF sob forte escolta policial.

O que é a cirurgia de hérnia inguinal bilateral

A hérnia inguinal bilateral ocorre quando parte do intestino se projeta por áreas enfraquecidas da parede abdominal na região da virilha. A cirurgia visa reposicionar o conteúdo abdominal e reforçar a musculatura local, reduzindo riscos de dor, complicações e novas protrusões. O procedimento é realizado sob anestesia geral, com monitoramento contínuo das funções vitais.

Entenda o bloqueio do nervo frênico

O bloqueio anestésico do nervo frênico pode ser indicado para tratar crises persistentes de soluço, como as apresentadas por Bolsonaro nos últimos meses. O nervo frênico é responsável por estimular o diafragma, músculo fundamental para a respiração. O bloqueio busca interromper estímulos neurológicos anormais que levam às contrações involuntárias. A equipe médica avalia o momento mais adequado para a realização do procedimento.

Pós-operatório

Após a cirurgia, Bolsonaro passará por controle rigoroso da dor, com uso de analgesia adequada e monitoramento constante. A recuperação inclui sessões de fisioterapia para mobilização precoce e melhora da função respiratória, além de medidas preventivas contra trombose venosa profunda. A previsão é de internação entre cinco e sete dias, período necessário para analgesia, fisioterapia, prevenção de complicações e observação clínica, considerando o histórico de cirurgias abdominais do ex-presidente.