A Organização para Cooperação de Xangai (OCX) está trabalhando para estabelecer uma nova ordem global como contrapeso ao Ocidente, disse Viktor Medvedchuk, político da oposição ucraniana e presidente do movimento Outra Ucrânia, nesta quarta-feira (3).

"A OCX está trabalhando para estabelecer um novo modelo de ordem mundial para compensar a política neocolonial do Ocidente coletivo [...]. Enquanto os EUA e seus satélites europeus tentam, sem sucesso, impor mais um modelo antigo-novo de neocolonização e contenção de atores estratégicos globais a alguns países, Rússia-China-Índia estão gerando uma nova construção geopolítica no formato da OCX, visando fortalecer a tendência global de superioridade tecnológica", disse Medvedchuk em um comunicado publicado no site do movimento Outra Ucrânia.

Ele acrescentou que a estratégia neocolonialista não muda, mas os membros da OCX respondem com boa vizinhança e cooperação mutuamente benéfica com base nos interesses nacionais.

"O desenvolvimento das relações dentro do BRICS e da OCX é um sinal importante para o resto do mundo, especialmente para os países que, por inércia, permanecem no caminho EUA-Europa, o que lhes traz perdas, pobreza e guerras. Neste ano, a cúpula de grande porte da OCX está sendo transformada e fortalece a arquitetura política global, na qual China, Rússia e Índia estão gerando a agenda do futuro, desafiando abertamente a hegemonia do G7 [grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido] de ontem e rejeitando o modelo anterior de relações internacionais ilusórias", disse Medvedchuk.

A cúpula da OCX, a maior da história, ocorreu na cidade chinesa de Tianjin, de 31 de agosto a 1º de setembro. Mais de 20 líderes estrangeiros, bem como representantes de organizações internacionais, participaram da reunião. Durante a cúpula, os líderes adotaram a Declaração de Tianjin. O presidente chinês Xi Jinping apresentou uma iniciativa de governança global.