Geral
Moraes incisivo dá o tom em 1ª sessão de julgamento de Bolsonaro
Gonet também assegurou que ex-presidente tentou aplicar golpe

O ministro Alexandre de Moraes, relator da Ação Penal 2668 e alvo de sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos, rejeitou nesta terça-feira (2) qualquer ingerência externa no processo que julga a tentativa de golpe de Estado atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A declaração foi dada durante a primeira sessão do julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que tem como réus o ex-mandatário e outros sete acusados de integrar o núcleo 1 da trama golpista.
Logo ao iniciar sua intervenção, por volta das 9h20, Moraes afirmou que o STF não admite "qualquer ingerência" e repudiou "pressões internas ou externas", em referência indireta aos recentes ataques do governo de Donald Trump contra o Brasil.
A exposição ocorreu diante dos advogados dos réus, mas sem a presença de Bolsonaro, que, segundo um de seus defensores, Celso Vilardi, "não está bem de saúde" — o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira é o único réu que marcou presença no tribunal.
Durante sua exposição, Moraes, chamado pelo deputado Eduardo Bolsonaro de "violador dos direitos humanos", também fez uma defesa da democracia ao recordar a trajetória brasileira desde a Constituição de 1988.
"A história nos ensina que a impunidade não é espaço para pacificação. O caminho aparentemente mais fácil da impunidade deixa cicatrizes traumáticas", disse.
A fala de Moraes terminou por volta de 10h55 e marcou o tom da primeira audiência, combinando a defesa da soberania nacional com a reafirmação do papel do STF.
Já o procurador-geral da República, Paulo Gonet, assegurou que Bolsonaro é o principal responsável da tentativa de quebra institucional.
"Quando o presidente e o ministro da Defesa convocam a cúpula militar [para apresentar a minuta golpista], o processo criminoso já está em curso, o golpe já está em curso de realização", ressaltou ele durante a ultima exposição de uma sessão realizada sob fortes medidas de segurança.
A ameaça de uma ação violenta contra os magistrados levou à elaboração de um plano para que os cinco ministros da Primeira Turma possam abandonar o prédio em poucos minutos em caso de risco.
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