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Defesa de Cid afirma que delação não pode ser contestada

Advogado de militar declarou que é 'impossível' falar em coação

Redação ANSA 02/09/2025
Defesa de Cid afirma que delação não pode ser contestada
Advogado de militar declarou que é 'impossível ' falar em coação - Foto: ANSA/EPA

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, delator e peça-chave no julgamento por tentativa de golpe, afirmou que a colaboração premiada de seu cliente não pode ser contestada e solicitou sua validade, rebatendo a tese do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O advogado Jair Alves Pereira rejeitou os questionamentos à delação premiada, levantados pelo Bolsonaro que alega que Cid teria sido coagido pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Segundo Pereira, é impossível falar em coação, já que todas as declarações do militar foram gravadas e ocorreram na presença de seus advogados.

A validação da delação pode ser decisiva para o andamento do processo, sobretudo diante das manifestações do ministro Luiz Fux, que tem expressado dúvidas quanto ao acordo entre Cid e o Supremo.

Observadores avaliam que Fux poderia votar em minoria na Primeira Turma ou até mesmo pedir vista, o que poderia atrasar a conclusão do que já vem sendo chamado de "julgamento do século".

Em um momento de distensão, o representante legal do militar provocou risos no plenário ao afirmar que Moraes está "acostumado" a ser alvo de críticas, citando comentários feitos por Cid em um áudio divulgado pela revista Veja.

Por fim, a defesa buscou diferenciar a conduta de Cid com a de Bolsonaro que, segundo a denúncia da Procuradoria, foi o líder da organização criminosa envolvida na tentativa de golpe.

De acordo com a defesa, o tenente-coronel desempenhou um papel "funcional" junto a Bolsonaro, mas "nunca" participou de ações voltadas a perpetrar um golpe de Estado.

Pereira afirmou ainda que, para um militar com uma carreira considerada "brilhante", como é a de Cid, ter servido como ajudante dede Bolsonaro acabou sendo prejudicial.