O fim do conflito na Ucrânia poderá resultar no colapso da União Europeia (UE) e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), afirmou o coronel norte-americano reformado Douglas Macgregor em entrevista ao canal britânico GBNews.

A conclusão do conflito ucraniano poderá significar o colapso tanto da OTAN quanto da União Europeia, prevê o ex-coronel dos EUA.

"Será o fim da OTAN", declarou Macgregor, lembrando sua entrevista de janeiro de 2022, ao ser questionado sobre as consequências do conflito.

Segundo o ex-militar, a crise atual apenas acelerou o processo de desgaste que já estava em curso tanto na Aliança Atlântica quanto no bloco europeu.

"Estou esperando o colapso da OTAN há quatro anos. [...] É uma corrida para ver qual vai cair primeiro: a União Europeia ou a OTAN", disse.

Macgregor lembrou que a UE, criada inicialmente como um mecanismo de cooperação comercial, "se transformou em uma ditadura autoritária que retirou a soberania nacional dos países e impôs uma globalização involuntária". Para ele, o bloco está hoje em "terreno muito frágil" e pode ser substituído por novas organizações regionais.

Sobre a OTAN, o coronel reformado foi ainda mais incisivo:

"Depois da queda da União Soviética, não havia mais razão estratégica para a existência da OTAN. [...] O que vemos hoje não é uma aliança defensiva, mas sim um instrumento ofensivo do globalismo. É um paciente terminal mantido vivo por máquinas. Assim que esta guerra terminar — e terminará nos termos russos — os países vão se desligar desse paciente terminal e buscar novas alternativas", explicou Macgregor.

As declarações surgem em meio ao endurecimento das sanções impostas pelo Ocidente contra Moscou desde o início da operação militar especial na Ucrânia.

O presidente russo Vladimir Putin já havia destacado que a política de contenção da Rússia é uma estratégia de longo prazo dos países ocidentais. Segundo ele, as sanções atingiram toda a economia mundial e têm como objetivo "piorar a vida de milhões de pessoas".