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Dados da NASA revelam que Ceres pode ter abrigado vida no passado (IMAGENS)

Por Sputinik Brasil 26/08/2025
Dados da NASA revelam que Ceres pode ter abrigado vida no passado (IMAGENS)
Foto: © Foto / NASA/JPL-Caltech/UCLA/MPS/DLR/IDA

Ceres, o maior objeto do Cinturão de Asteroides, pode ter abrigado vida unicelular há bilhões de anos. Dados da missão Dawn e novos estudos indicam que o planetoide teve água quente e compostos orgânicos em seu interior, revelando um passado potencialmente habitável.

A missão Dawn da NASA chegou a Ceres em 2015, proporcionando a primeira visão detalhada desse intrigante planetoide. Como o maior corpo do Cinturão Principal de Asteroides, Ceres representa mais de 39% da massa total do cinturão e é o único objeto da região que atingiu equilíbrio hidrostático, tornando-se esférico sob sua própria gravidade.

Durante sua operação entre 2015 e 2018, a missão Dawn coletou dados valiosos que revelaram características surpreendentes de Ceres. Entre elas, a possibilidade de que o planetoide fosse um "mundo oceânico", semelhante a luas como Europa, Titã e Encélado, com potencial para abrigar água líquida em seu interior e, consequentemente, vida.

Contudo, os dados indicaram que o interior de Ceres é frio demais para manter água líquida, e qualquer fluido presente seria composto por salmouras concentradas. Ainda assim, novas pesquisas sugerem que, entre 2,5 bilhões e 4 bilhões de anos atrás, Ceres pode ter oferecido condições ideais para formas de vida unicelulares, graças à presença de água aquecida por processos internos.

O estudo foi liderado por Samuel W. Courville, da Universidade Estadual do Arizona, durante seu estágio no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. Ele contou com a colaboração de cientistas de várias instituições, e os resultados foram publicados na revista Science Advances em agosto.

Os pesquisadores concluíram que Ceres não possui calor interno suficiente, proveniente do decaimento de elementos radioativos, para sustentar um oceano subterrâneo atualmente. Diferentemente de outros mundos oceânicos, Ceres não recebe aquecimento de maré por influência gravitacional de planetas gigantes, o que limita sua capacidade de manter água líquida.

Apesar disso, as manchas brilhantes observadas na superfície de Ceres indicam a presença de sais originados de água líquida que emergiu de reservatórios subterrâneos. Também foram encontradas moléculas orgânicas contendo carbono, reforçando a hipótese de que Ceres teve um ambiente potencialmente habitável no passado.

Modelos térmicos e químicos desenvolvidos pelos cientistas mostraram que, em sua juventude, Ceres teve água quente enriquecida com gases dissolvidos provenientes de rochas metamorfoseadas, elementos essenciais para a vida, e sugerem que outros corpos semelhantes no Sistema Solar, embora inabitáveis hoje, podem ter sido férteis para formas de vida primitivas em épocas remotas.