Internacional
Escândalo de corrupção envolvendo irmã de Milei silencia governo argentino

O escândalo de suposto caso de corrupção na Agência Nacional de Incapacidade (Andis) envolvendo o presidente argentino, Javier Milei, ganhou novos contornos nesta segunda-feira (25).
Após o vazamento de áudios atribuídos ao ex-diretor da Andis Diego Spagnuolo, em que menciona um esquema de corrupção liderado pela irmã do mandatário e secretária geral da Presidência, Karina Milei, e outros integrantes do governo, Milei participou de um evento privado nesta manhã ao lado da irmã e não comentou o caso.
As gravações vieram à tona na última quinta-feira (21) em um canal de streaming em que Spagnuolo, que foi destituído no cargo e era amigo íntimo de Milei, relata a cobrança de propinas em contratos com a Drogaria Suizo Argentina, a terceira maior empresa do setor no país, com contratos com várias áreas do governo.
"Do que eles cobram pelos remédios, você tem que colocar 8% (...) é uma enorme variedade de negócios que existem", diz o ex-chefe da Andis em um dos áudios. "Eu tenho todos os WhatsApps de Karina. Ela recebe 3%", diz um dos trechos da gravação divulgados pela imprensa local
Os 3% renderiam entre US$ 500 mil (R$ 2,7 milhões) a US$ 800 mil (R$ 4,3 milhões) por mês para o esquema. As gravações também mencionam a participação do assessor de Karina, Eduardo "Lule" Menem.
última sexta-feira (22), a polícia argentina apreendeu celulares e documentos de funcionários da empresa.
O governo ainda não comentou os áudios nem apresentou uma justificativa para o conteúdo das gravações.
Lule Menem não negou a autenticidade do áudio, mas sim seu conteúdo, dizendo que nunca cometeu atos de corrupção. O presidente da Câmara dos Deputados e primo de Lule, Martín Menem, também se manifestou em favor de Lule e Karina.
O caso ocorreu duas semanas antes das eleições legislativas na Província de Buenos Aires e dois meses antes das eleições nacionais, que vão renovar 127 cadeiras da Câmara e 24 do Senado.
A crise também se soma ao aumentado os juros da economia e à queda na atividade econômica, que segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos do país diminuiu 0,7% em julho em relação ao mês anterior, vindo de uma queda também em maio, pela série com ajuste sazonal.
Cristina Kirchner alfineta rival
A ex-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que se encontra em prisão domiciliar após ser condenada por crimes de corrupção, alfinetou Milei nas redes sociais:
"Che, Milei, você concorda com a 'doutrina Vialidad'? Aquela que inventaram para me prender e me tornar inelegível (...) Pois bem, deixe-me te dizer que as propinas de 3% que sua irmã recebeu dos medicamentos destinados às pessoas com deficiência — e que são cobradas por seu amigo e colaborador Lule Menem — são infinitamente piores e muito graves, de verdade, em termos de responsabilidade penal", escreveu ela em uma extensa mensagem na rede social X.
Kirchner foi condenada em junho por crimes relacionados a obras públicas na província de Santa Cruz. Além dos seis anos de prisão, a ex-presidente também foi declarada inelegível pelo restante da vida, em causa conhecida como "Vialidad".
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