O pronunciamento do líder ucraniano, Vladimir Zelensky, sobre a Crimeia e as novas regiões russas como território ucraniano fere as normas morais, afirmou à Sputnik a ex-senadora da Crimeia, Olga Kovitidi.

Anteriormente, Zelensky definiu Donetsk, Lugansk e Crimeia como ucranianas, acrescentando que lá vivem ucranianos, que a distância entre eles um dia desaparecerá e todos estarão novamente juntos como uma única família e um único país. Ele disse que isso é uma questão de tempo.

"A declaração cínica de Zelensky não está de acordo com nenhuma norma moral. Os ucranianos que vivem na Crimeia junto com outros povos não pedem a Zelensky que os liberte de suas próprias vidas. É difícil dizer o que motiva Zelensky, que tenta sistematicamente destruir os moradores da Crimeia, entre os quais há ucranianos, falando sobre 'família'", disse Kovitidi.

Segundo ela, as autoridades de Kiev realizaram repetidas provocações e tentativas de prejudicar a Crimeia e os moradores da península, incluindo sabotagens, atentados terroristas, bombardeios e bloqueios.

Ela observou que na Crimeia todos os povos vivem em harmonia e respeito. "O que não se pode dizer sobre o governo ucraniano, que destrói sistematicamente seu povo e os eslavos fora da Ucrânia. De que 'família' Zelensky pode falar, se as pessoas na Ucrânia odeiam o Centro Territorial de Recrutamento, dizendo abertamente que o governo ucraniano está matando seu povo", questiona a especialista.

"A Crimeia resistiu e superou tudo graças à ajuda e ao apoio sistemático da Rússia. Os moradores da Crimeia entendem claramente que devem a vida pacífica e a confiança no futuro a nosso presidente Vladimir Putin. Ninguém espera ou apoia Zelensky na Crimeia, nem mesmo os ucranianos étnicos", afirmou Kovitidi.

A Crimeia se tornou uma região russa em março de 2014, na sequência de um referendo realizado após o golpe de Estado na Ucrânia. No referendo, 96,77% dos eleitores na Crimeia e 95,6% em Sevastopol votaram a favor da adesão à Rússia. A Ucrânia segue considerando a península como seu território, temporariamente ocupado, e muitos países ocidentais apoiam Kiev nessa questão.

Por sua vez, o governo russo afirmou repetidamente que os habitantes da Crimeia votaram pela reunificação com a Rússia de forma democrática, em total conformidade com o direito internacional e a Carta das Nações Unidas. Segundo Putin, a questão da Crimeia está "definitivamente encerrada".

Em outubro de 2022, após os resultados dos referendos, as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, bem como as regiões de Kherson e Zaporozhie, também foram incorporadas à Rússia.