Cidades
Dia do Feirante celebra trabalhadores que mantêm viva a tradição das feiras
Entre produtos frescos e atendimento de excelência, feirantes fortalecem economia e preservam tradição

Coloridas, cheias de aromas, sabores e histórias, as feiras livres fazem parte da vida e da memória afetiva de milhões de brasileiros. No dia 25 de agosto é celebrado o Dia do Feirante, data que homenageia os trabalhadores que, ainda de madrugada, já estão a postos para garantir alimentos frescos, qualidade e diversidade nas mesas da população.
Mais do que pontos de compra e venda, as feiras livres são espaços de convivência, cultura e fortalecimento da economia local. Reconhecidas como patrimônio cultural, preservam tradições que atravessam gerações e fortalecem os laços de confiança entre produtores e consumidores.
Em Maceió, mais de 3.500 feirantes estão cadastrados na Secretaria de Abastecimento, Pesca e Agricultura, distribuídos em nove mercados públicos, além de outros 300 feirantes que atuam na Feirinha do Tabuleiro. Eles desempenham papel essencial na movimentação da renda local, na geração de empregos e no escoamento da produção de pequenos agricultores.
Entre as histórias que atravessam gerações está a de Valmir Vieira, 58 anos. Ele cresceu no Mercado da Produção, inaugurado em 1978, onde o pai mantinha a Tabacaria Popular. “A gente costumava brincar que engatinhávamos nas barracas. Meu pai nos criou aqui, vendo de perto o negócio funcionar”, relembra. Hoje, orgulha-se de ter sustentado a família e formado dois filhos — um engenheiro químico e um tecnólogo em radiologia — com o fruto do trabalho como feirante. “Meu pai me deu uma faculdade que foi essa aqui. Viver do comércio exige dedicação e conhecimento. Aprendi no dia a dia a hora de comprar mais mercadoria, a hora de comprar menos. Foi a feira que me ensinou”, conta.
Outro exemplo é o de dona Zeza do Charque, figura conhecida no Mercado. Ex-servidora pública, aderiu ao Plano de Demissão Voluntária (PDV) em 1997 e investiu em cinco bancas de verduras. Com o tempo, migrou para o comércio de charque, atividade que exige técnica e atenção ao cliente.
Aos 62 anos, ela se orgulha de ter criado os filhos e hoje ajudar também na criação dos netos com a renda da feira. Para dona Zeza, ser feirante é muito mais que um ofício: é paixão. “Não é fácil, é trabalho de domingo a domingo. Mas sempre digo que este mercado é mágico: ninguém vem trabalhar aqui e volta sem dinheiro. Quem vive da feira consegue ter uma vida digna. Tenho certeza de que meus filhos vão seguir nesse caminho e dar continuidade ao negócio”, afirma.
Apaixonada pela rotina da feira, ela confessa que não consegue se afastar: “Às vezes digo que não vou, mas acabo vindo. Não imagino a minha vida sem o mercado”.
Além da qualidade dos produtos, ela destacatambém o atendimento como um diferencial no Mercado da Produção. “Aqui a gente oferece cafezinho, recebe com sorriso no rosto e muito bom humor. Fazemos de tudo para conquistar o cliente, por isso eles sempre voltam. Temos fregueses de anos, desde políticos e desembargadores até médicos, professores e famílias inteiras. Todos são bem-vindos e serão sempre bem atendidos”, ressalta.
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