Internacional

Mundo vive pior crise humanitária da história, diz diretora do Programa Mundial de Alimentos da ONU

Sputinik Brasil 25/08/2025
Mundo vive pior crise humanitária da história, diz diretora do Programa Mundial de Alimentos da ONU
Foto: © AP Photo / Jehad Alshrafi

A diretora executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU, Cindy McCain, disse neste domingo (24) que o mundo está vive a pior crise humanitária e descreveu a situação na Faixa de Gaza como catastrófica, enfatizando que sente intensa raiva pela incapacidade de fornecer ajuda às pessoas devido à operação militar em andamento de Israel.

"A desnutrição é muito grave. Já vimos pessoas morrendo de fome lá", disse ela em entrevista à emissora japonesa NHK.

Segundo ela, os esforços de ajuda estão sendo prejudicados pelos ataques militares israelenses em andamento, agravando a escassez de alimentos.

"É muito difícil quando eles apontam armas para nós, tanques ou qualquer outra coisa. Houve interrupção da ajuda humanitária porque, de repente, aquela estrada está bloqueada. Não conseguimos entrar", acrescentou McCain.

O chefe do PMA observou que outras regiões que enfrentam crises humanitárias desastrosas incluem o Sudão e o Sudão do Sul, a República Democrática do Congo e o Sahel.

Na sexta-feira (22), a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) declarou estado de fome catastrófica em Gaza, pela primeira vez. A Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC) da ONU distingue cinco estágios de insegurança alimentar, com os níveis de três a cinco representando insegurança alimentar grave.

O estágio final, o estágio cinco, representa a fome catastrófica. A Organização estima que, até o final de setembro, mais de 640, mil pessoas em Gaza enfrentarão níveis catastróficos de insegurança alimentar, classificados como fase cinco na IPC.

De acordo com as informações mais recentes do Ministério da Saúde palestino, o número total de pessoas que morreram de desnutrição em meio ao bloqueio da Faixa de Gaza aumentou para 281, incluindo 114 crianças.

Israel autorizou a entrada de 2.187 caminhões na Faixa de Gaza após retomar parcialmente as entregas de ajuda humanitária aos palestinos de 27 de julho a 20 de agosto, o que cobre não mais do que 15% das necessidades de ajuda da população.

Além disso, o governo de Benjamin Netanyahu está bloqueando a entrada de centenas de tipos de alimentos no local, incluindo alimentos essenciais como carne vermelha, peixe, ovos, frutas e vegetais, certos tipos de laticínios e suplementos alimentares.

A maioria dos caminhões é saqueada com a conivência do exército israelense, afirmam as autoridades locais. Segundo suas estimativas, cerca de 600 caminhões com ajuda humanitária deveriam ser autorizados a entrar na Faixa de Gaza diariamente para atender às necessidades mínimas dos moradores da região em alimentos, necessidades básicas, combustível e medicamentos.