Economia
Haddad destaca providências tomadas sobre spread entre juro pago por governo e pelo cidadão

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou, neste sábado, que, apesar da redução nas taxas de juros cobradas de trabalhadores, os valores ainda estão muito elevados e precisam ser tratados com seriedade. "Quando o juro cai de R$ 7% para 3,5%, não há dúvida que há o que comemorar. Mas, anualizando, quanto trabalhador paga de juro? Compara com a inflação, compara com a Selic", disse, em entrevista à TV GGN.
Segundo Haddad, o governo já está tomando providências para reduzir o spread entre o juro pago pelo governo e pelo cidadão. "Os bancos sabem que o spread de juros está na agenda do governo; democratizar o crédito é importante", afirmou, ressaltando que é preciso tirar o trabalhador da mão de agiotas e de instituições financeiras abusivas.
O ministro alertou ainda para ataques recentes ao Banco do Brasil. "Tem acontecido ataque ao Banco do Brasil por parte de bolsonaristas, defendendo saques. Há projetos de lei no Congresso para perdoar dívidas do agro. Não podemos arredar pé das instituições, com ameaças em curso", afirmou, ao destacar que o ambiente político brasileiro atual é mais tóxico do que em períodos anteriores. "O fair play deu lugar para o vale-tudo e isso compromete muito a saúde da democracia brasileira."
Haddad também comentou sobre reformas em andamento e seus efeitos na desigualdade. "Há temas em que começamos a colocar o dedo na ferida e que se firmarão ao longo dos anos. A reforma da renda é um aperitivo de transformação sobre desigualdade. Reforma tributária e renúncia fiscal também se relacionam com combate à desigualdade", disse.
Além disso, o ministro falou sobre as oportunidades do Brasil na transformação ecológica e no desenvolvimento tecnológico. "Nós temos rigorosamente todas as vantagens competitivas. Temos o melhor vento, o melhor sol, a terceira maior reserva de terras raras e minerais críticos. É óbvio que isso vai exigir parceria, porque não temos toda a tecnologia disponível aqui, mas precisamos transformar isso em valor agregado, em emprego de qualidade, em tecnologia de ponta", afirmou.
Haddad acrescentou que o Brasil precisa avançar na criação de empresas nacionais de tecnologia, principalmente no processamento de dados, já que hoje 60% das informações brasileiras são processadas fora do País. "Imagina do ponto de vista de soberania, com as ameaças em curso, o que isso pode significar? Amanhã uma pessoa com viés autoritário pode querer prejudicar o Brasil", alertou.
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