Brasil

Sustentabilidade é ônus para alguns países e 'bônus extraordinário' para o Brasil, diz deputado

22/08/2025
Sustentabilidade é ônus para alguns países e 'bônus extraordinário' para o Brasil, diz deputado
Foto: © Antonio Cruz/ Agência Brasil

Durante participação no 24º Fórum de Líderes Empresariais (LIDE), o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) destacou a importância de buscar consensos em meio à polarização política e defendeu avanços na agenda de sustentabilidade e infraestrutura do país.

O parlamentar iniciou sua fala criticando o atual ambiente político nacional, que, segundo ele, sofre de "uma exagerada polarização, de uma abundância de adjetivos e de absoluta carência de substantivo, onde o debate das ideias está tão setentado por aquilo que é uma retórica fácil do enfrentamento que se faz sem cuidados".

Entre os pontos centrais de sua fala, o deputado destacou a necessidade de conciliar diferentes fontes energéticas. Ele defendeu a exploração de petróleo na margem equatorial, sem abrir mão do incentivo a biocombustíveis como etanol, biodiesel, biometano e biogás.

"Nós [Brasil] podemos fazer isso com equilíbrio. Isso não é contraditório, não rivaliza com a questão dos biocombustíveis", afirmou.

Jardim também ressaltou que o Brasil deve adotar uma visão de longo prazo sobre transição energética, incorporando novas tecnologias e práticas. Para ele, "o combustível do futuro" vai além da lógica tradicional "do poço à roda" e deve adotar critérios mais abrangentes, como o conceito "do berço ao túmulo".

O deputado ainda defendeu prioridade para medidas provisórias em tramitação no Congresso Nacional, como a MP 1300 e a MP 1304, que tratam da reorganização do setor elétrico, e a MP 1307, sobre a instalação de data centers. Além disso, destacou que é relator de uma proposta para criar uma Política Nacional de Minerais Críticos, com parecer previsto para os próximos dias.

Outro ponto enfatizado foi o fortalecimento das agências reguladoras, que, segundo Jardim, devem ser protegidas de contingenciamentos, pressões políticas e riscos de captura tecnológica. "Esses instrumentos cumprem papel estratégico para formular políticas de longo prazo e precisam ser preservados e fortalecidos", defendeu.

"A sustentabilidade, que para outros países é um ônus, para o Brasil é um bônus extraordinário. O Brasil pode reestruturar a sua industrialização, definir sua vocação de país e se apresentar no cenário internacional como protagonista da nova economia", concluiu.

Por Sputinik Brasil