Vários países europeus se opõem ao projeto de novo orçamento da União Europeia (UE), disse o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán.

Orbán destacou que o projeto de orçamento pressupõe enormes pagamentos à Ucrânia, que nem sequer é membro do bloco, por isso será necessário o cancelar e mudar.

"Este orçamento vai destruir a UE. Eu não acho que esse orçamento sobreviva ao próximo ano, a Comissão Europeia terá que retirá-lo abertamente de forma espetacular ou recuar gradualmente e reescrevê-lo", ressaltou.

Dessa forma, continuou, os países europeus não aceitarão o orçamento projetado pelos burocratas de Bruxelas.

Segundo ele, o orçamento atual não tem uma estratégia clara, o único objetivo claro é aceitar a Ucrânia na comunidade, o que não acontecerá em um futuro previsível.

O premiê húngaro pediu a Bruxelas que não dê passos precipitados e, em vez de ser membro da UE, conclua um acordo de cooperação com a Ucrânia, porque será impossível excluir um país já aceito no bloco.

Além disso, ele chamou o plano atual de "orçamento da desesperança" e observou que cerca de 20% dele está planejado para ser enviado imediatamente para a Ucrânia, outros 10-12% deste orçamento é usado para pagar juros sobre empréstimos anteriormente tomados em conjunto.

"Portanto, se o tamanho do orçamento for aumentado em alguns por cento em comparação com o anterior, será desperdiçado, uma vez que 30% desse orçamento desaparecerá, é como se não houvesse aumento. Os europeus não terão nada a ver com isso. Eles terão que pagar, mas não receberão nada em troca", finalizou.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou nesta quarta-feira (16) a proposta para o próximo orçamento plurianual da UE, entre 2028 e 2034. Ao todo, o valor é de 2 trilhões de euros (quase R$ 13 trilhões).