Internacional
Conselho de Segurança da ONU discute ataques dos EUA ao Irã
Para AIEA, tratado nuclear está 'em risco' após ofensiva

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) iniciou na tarde deste domingo (22) uma discussão sobre os bombardeios dos Estados Unidos contra o Irã e possíveis "ameaças à paz" no Oriente Médio.
O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, disse estar alarmado com a ofensiva norte-americana e pediu por um recuo nas ações militares de ambas as partes.
"O bombardeio de instalações nucleares iranianas pelos EUA marca uma reviravolta perigosa em uma região que não pode suportar outro ciclo de destruição", enfatizou.
De acordo com o diplomata, é preciso "agir imediatamente e decisivamente para interromper os combates e retornar a negociações sérias e sustentadas sobre o programa nuclear do Irã".
"Para evitar uma onda de retaliações, a diplomacia deve prevalecer. Os civis devem ser protegidos. A navegação marítima segura deve ser garantida", alertou Guterres.
Já o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU, Rafael Grossi, voltou a reiterar sua preocupação com a escalada de violência e declarou que o tratado nuclear está em risco.
"O Tratado de Não Proliferação Nuclear, que garantiu a segurança internacional por mais de meio século, está em jogo", afirmou ele, acrescentando que já falou em "inúmeras ocasiões que as instalações nucleares nunca devem ser atacadas".
Grossi disse ainda que "há um caminho para a diplomacia" e apelou para o Irã retornar à mesa de negociações sobre seu programa nuclear. Para ele, "qualquer acordo terá como pré-requisito a apuração dos fatos em campo. Isso só pode ser feito com inspetores da AIEA".
Por fim, pediu um cessar-fogo para inspetores da agência visitarem as instalações nucleares.
O embaixador da China na ONU, Fu Cong, também pediu um cessar-fogo imediato, proteção de civis e início do diálogo no conflito entre Irã e Israel. "Queremos que todos assumam suas responsabilidades e que o Conselho de Segurança cumpra seu papel de manter a paz internacional", afirmou.
Por sua vez, o enviado russo condenou as ações irresponsáveis, perigosas e provocativas dos EUA contra o Irã, argumentando que, com os bombardeios "sem provocação" em instalações nucleares iranianas, os Estados Unidos, assim como Israel, estão brincando "com a segurança e o bem-estar da humanidade como um todo".
A representante permanente do Reino Unido no Conselho de Segurança da ONU, Barbara Woodward, também defendeu uma solução sem armas, mas enfatizou que sua nação é contra o desenvolvimento do programa nuclear do país persa.
"Nosso principal objetivo é o arrefecimento da violência, mas o Reino Unido sempre deixou claro que o Irã não deve, de forma alguma, possuir armas nucleares, pois se trataria de uma grande ameaça à segurança internacional", afirmou.
De acordo com o enviado interino dos EUA nas Nações Unidas, o Conselho de Segurança da ONU deve pedir ao Irã que encerre seus esforços para erradicar Israel e interromper sua corrida para armas nucleares, argumentando que Teerã deve evitar uma escalada.
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