Internacional
Israel bombardeia reator nuclear do Irã em 7º dia de guerra
ONG relata mais de 600 mortes desde o início do conflito

O conflito entre Irã e Israel chegou ao sétimo dia nesta quinta-feira (19) com ataques mútuos contra um hospital no sul do território israelense e um reator nuclear no país persa e ameaças graves entre as partes.
Nesta manhã, as Forças de Defesa de Israel (FDI) intensificaram sua ofensiva contra o programa nuclear iraniano, com ataques aéreos contra instalações consideradas críticas para o desenvolvimento de armas nucleares.
Segundo as tropas israelenses, entre os alvos da operação estão o reator nuclear de água pesada de Arak, que abriga a estrutura para a produção de plutônio e está localizado a 250 km a sudoeste de Teerã.
A água pesada ajuda a resfriar os reatores nucleares, mas produz plutônio como subproduto que pode ser potencialmente usado em armas nucleares. Isso ofereceria ao Irã outra rota para a bomba, além do urânio enriquecido, caso decida desenvolver uma arma nuclear.
Como parte do acordo nuclear de 2015 com potências mundiais, o Irã concordou em redesenhar a usina para aliviar os temores de proliferação, segundo informou o "The Guardian".
Um porta-voz do Exército liderado pelo premiê Benjamin Netanyahu acrescentou que 40 caças atacaram dezenas de alvos militares com mais de 100 bombas durante a noite.
Além disso, a Força Aérea atingiu "um local usado para o desenvolvimento de armas nucleares em Natanz, onde estão localizados componentes e equipamentos exclusivos usados para o desenvolvimento de armas nucleares e onde projetos estão sendo desenvolvidos para acelerar o programa nuclear".
Após a ofensiva, a agência de notícias oficial iraniana, IRNA, afirmou que Teerã reportou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) os ataques lançados por Israel contra as instalações nucleares iranianas de Arak e Natanz e acusou a instituição de ser "parceira" na agressão de Tel Aviv.
A IRNA também acusou Israel de "continuar sua agressão e suas ações contrárias às leis internacionais que proíbem ataques a instalações nucleares".
Por sua vez, o Irã lançou uma série de mísseis contra Israel e atingiu o hospital de Soroka, o principal do sul de Israel e que fica na cidade de Beersheba, deixando mais de 70 feridos.
O ataque iraniano atingiu outras áreas de Israel, e provocou um total de 271 feridos pelo país, sendo quatro em estado grave, segundo o Ministério da Saúde.
As trocas de ataques entre os países já deixaram pelo menos 639 mortos e 1.329 feridos desde 14 de junho, informou hoje a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (Hrana), uma organização não governamental iraniana independente que lida com direitos humanos.
A ONG estima que a maioria das vítimas seja civil. Os ataques israelenses afetaram um total de 21 províncias. Os dados da Hrana - divulgados apesar da falta de números oficiais completos e das restrições impostas pelas autoridades de Teerã - foram recolhidos pelo Iran International, um site londrino ligado à oposição no exterior.
Irã atinge hospital de Israel e deixa dezenas de feridos
Um míssil lançado do Irã atingiu na manhã desta quinta-feira (19) o hospital Soroka, na cidade de Beersheba, o principal do sul de Israel, e deixou dezenas de feridos e "danos extensos".
Equipes de resgate relatam danos graves no local e risco de desabamento. Além disso, as autoridades israelenses precisaram evacuar e a afastar as pessoas do prédio após suspeitar de vazamento de substâncias tóxicas no andar superior da estrutura.
De acordo com um oficial do Exército israelense, cerca de 20 mísseis balísticos foram lançados hoje pelo Irã contra Israel, sendo que alguns deles atingiram diretamente prédios em Tel Aviv, Holon e Ramat Gan, no centro do país, além do hospital.
A agência de notícias estatal Irna relatou que o Irã explicou que seu ataque tinha como alvo instalações militares israelenses em Beersheba, próximas ao hospital, que teria sido atingido pela "onda de choque" do míssil.
Até o momento, não há informações sobre a quantidade exata de feridos no hospital. No entanto, o serviço de resgate Magen David Adom informou que os ataques na região deixaram ao menos 129 feridos, incluindo seis em estado grave que foram levados para o Hospital Sheba em Tel Hashomer e Wolfson em Holon.
Na região metropolitana de Tel Aviv e arredores, 89 feridos foram relatados até o momento (Holon e Ramat Gan foram atingidos diretamente) e 40 em Beersheba.
O ataque gerou forte reação de autoridades israelenses, que acusam o Irã de disparar um míssil balístico contra o hospital.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu que os "tiranos terroristas iranianos" vão "pagar um preço alto". O presidente israelense, Isaac Herzog, lamentou a ofensiva e enviou "força e apoio às equipes médicas, pacientes e moradores de Beersheba e de todas as cidades atacadas esta manhã em Israel".
Segundo ele, "em momentos como este, somos lembrados do que realmente está em jogo e dos valores que defendemos".
"O hospital Soroka, em Beersheba, é um dos melhores de Israel, atendendo toda a região do Negev, tratando israelenses de todas as religiões e nossos vizinhos palestinos que vêm especificamente para tratamento", declarou Herzog, enfatizando que "sua equipe dedicada - judeus e árabes - trabalha lado a lado em extraordinária harmonia, unidos pela missão de curar".
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