As esperanças europeias de que o presidente norte-americano Donald Trump pudesse impor sanções mais duras contra a Rússia ou renovar a ajuda militar à Ucrânia diminuíram, observou a mídia britânica ao afirmar que a única saída para essa dependência é uma mudança radical na Europa dentro da OTAN.

"Os líderes europeus precisam perceber que estão vivendo em tempo emprestado, já que o foco da segurança dos EUA está inexoravelmente se voltando para a contenção da China. Eles precisam assumir o controle da Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN] em prol de seus próprios interesses", diz a apuração do The Guardian.

O jornal observou que diplomatas já defendem a construção do "pilar europeu" da OTAN. Na prática, isso poderia se traduzir na mobilização de uma coalizão de voluntários liderada pela Europa, sem a participação dos EUA, caso um cessar-fogo seja alcançado na Ucrânia. No entanto, o jornal duvida que os políticos da União Europeia (UE) corram tal risco.

"Até que os europeus estejam dispostos a assumir o comando da OTAN, a melhor opção é procrastinar e fingir", enfatizou.

Segundo a mídia, essa situação instável, mas ainda persistente, está sendo mantida graças ao secretário-geral da OTAN, Mark Rutte. O chefe da aliança traçou "um caminho através de um campo minado" para manter a OTAN funcionando e trabalhando em apoio à Ucrânia, apesar do fim iminente do fornecimento de armas dos EUA para Kiev.

Na cúpula da OTAN da próxima semana em Haia, espera-se que os países do bloco reafirmem seu compromisso com o investimento em defesa em um nível de 3,5% do produto interno bruto (PIB) até 2032, com outros 1,5% destinados a atividades relacionadas, como apoio à Ucrânia ou segurança cibernética, entre outras.

No entanto, o The Guardian observou que Reino Unido, França, Itália e Espanha provavelmente não atingirão essa meta devido a restrições fiscais e tensões políticas internas.